Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 1193

O corpo magro agachado no chão se abraçava firmemente, e um choro abafado ressoava suavemente no espaço escuro, encobrindo o som das batidas na porta.

Bruno recebeu a ligação de Rafael logo após ter deixado Ana e Laura em casa.

Ele pretendia voltar para casa, mas Rafael ligou inesperadamente, pedindo que ele fosse ao estúdio pegar Amélia, e desligou em seguida.

Bruno percebeu que algo estava errado, então apressou-se para chegar lá, mas, para sua surpresa, bateu na porta por um longo tempo sem resposta.

Preocupado, Bruno rapidamente ligou de volta para Rafael.

Rafael dirigia sozinho, quase se auto-punindo ao atravessar as estradas desertas dos arredores da cidade, com o vento noturno entrando pela janela do carro aberta, bagunçando seu cabelo, mas incapaz de dissipar a dor amarga em seu coração.

Quanto mais rápido o carro corria, mais vívidas se tornavam as lembranças dos dias passados junto a Amélia em sua mente.

"O combinado foi deixar o passado no passado, e nenhum de nós deve remexer nessas histórias antigas! Além disso, você nunca foi um idiota, você é ótimo, tão ótimo que me faz pensar que em alguma vida passada eu devo ter salvo a vida de São João, e é por isso que ele te enviou para mim nesta vida."

As palavras que ela disse de manhã, quando levantou a cabeça do seu abraço, pareciam ainda estar ali na sua frente.

"Rafael, independentemente se eu lembrar ou não do passado, ou lembrar pouco, eu prometo que não vou mais agir como antes, nem vou sair sem motivo. Eu estarei sempre contigo, acompanharemos Laura crescer e envelheceremos juntos."

A promessa que ela fizera na Praça Cidade do Sul ainda ecoava em seus ouvidos.

"Eu não vou fazer isso."

Quando ele temia que, ao recuperar as memórias, ela pudesse se afastar dele como fez com a família Soares, ela também prometeu solenemente.

A estrada sob a luz dos postes era larga e reta, sem obstáculos à frente, e o pé de Rafael pressionava inconscientemente o acelerador, fazendo o carro acelerar loucamente.

Rafael não queria parar, nem desejava parar, queria apenas continuar pressionando, dirigindo sozinho até o fim dos tempos, sem precisar voltar, e assim não sentiria dor.

Mas o toque repentino do celular o trouxe de volta de seu quase descontrole.

Rafael aliviou o pé do acelerador, olhou para o celular que ainda tocava, e o pegou.

"Alô."

"Sr. Gomes, eu bati na porta, mas ninguém atendeu. Srta. Mendes... ela está bem?" A preocupação de Bruno vinha do outro lado da linha.