Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 67

Rafael olhava para ela silenciosamente.

Amélia já havia perguntado isso para ele outras vezes.

Todas as suas hipóteses estavam baseadas na probabilidade de ela ser Helena.

Mas se Amélia não fosse Helena, tal suposição iria ser muito cruel para ela.

Ela se sentiria como se fosse apenas a substituta de outra garota.

Ele conseguia entender a sua resistência.

"Rafael", Amélia ainda o observava calmamente, "ultimamente, tenho percebido que você está um pouco diferente, como se estivesse com a temperatura de uma pessoa comum. Fico me perguntando com frequência se essa mudança é por causa do bebê. Essa possibilidade já está me fazendo sofrer muito, e se ainda tivermos que adicionar uma Helena à equação, o que vou fazer comigo mesma? Será que uma pessoa como eu precisa se revestir do brilho de outra para merecer um pouco da sua atenção?"

A voz de Amélia já trazia um leve soluço ao dizer essas palavras. Ela não sabia se suas emoções estavam oscilando devido à alteração hormonal da gravidez ou se tinha sido afetada pelo reconhecimento entre Lucas e Fabiana. Ela sentia que não conseguia controlar suas emoções, seus olhos levemente avermelhados, rejeitando completamente aquela pergunta do fundo do coração.

Para ela, não fazia diferença ser ou não ser Helena.

Em suas lembranças de vida não havia marcas de Helena, nem recordações relacionadas a Rafael. Para ela, Rafael era apenas um sonho quase impossível de se atingir na sua juventude. Todas as lembranças que tinha dele eram como Amélia. Ela queria lembrar, reviver e ser reconhecida apenas como Amélia, não como uma possível substituta de outra garota.

"Desculpe", disse Rafael, observando seus olhos vermelhos, com a voz rouca e sentindo um arrependimento, "eu deveria ter levado os seus sentimentos em consideração.”

Ele levantou a mão para enxugar suas lágrimas.

Amélia desviou o rosto da mão que ele havia estendido.

"Vamos para a escola", ela falou baixinho, virando a cabeça de volta.

Rafael observou o semáforo que tinha acabado de ficar verde e lentamente foi acelerando o carro, que se juntou ao fluxo do trânsito.

A escola ficava a apenas alguns minutos de distância.

Rafael deixou Amélia em frente à escola. Ao estacionar o carro, ela sem dizer uma palavra, abriu a porta e saiu, sem se despedir.

Rafael a chamou: "Amélia."

Amélia virou a cabeça para vê-lo, mas continuou sem dizer nada.

"O bebê não é o motivo pelo qual eu fiquei, é apenas a existência dele que me dá uma razão legítima para ficar ao seu lado", ele sussurrou, olhando para ela, "Você me perguntou se Helena era tão importante, e eu disse que sim, mas isso se baseia no pressuposto de que você seja ela, que vocês sejam uma só. Não sou capaz de imaginar o que eu faria se Helena fosse outra pessoa, como eu iria lidar com isso, por isso sempre recusei responder à sua pergunta."

Amélia mordeu o lábio: "Desculpa, eu preciso tentar controlar as minhas emoções."

"É problema meu”, disse Rafael, olhando para ela, "eu não levei em consideração os seus sentimentos.”

Amélia balançou a cabeça; ela não podia explicar seus sentimentos.

Fabiana tinha características muito evidentes de Helena, fosse Rafael, Matheus ou Lucas, cada pessoa que a via a chamava de Helena. Talvez em seu subconsciente, ela também já estivesse vendo Fabiana como Helena.

Era um sentimento delicado; a verdadeira Helena estava diante de seus olhos, e agora ficar morando na casa de Rafael a fazia sentir-se culpada.

Era muito difícil para ela lidar com esses sentimentos complexos.

"Eu vou para a aula", disse Amélia decididamente, usando a desculpa das aulas para tentar fugir temporariamente do problema. A reação de Lucas ao ver Fabiana tinha sido muito forte; ela não podia ignorar totalmente aquela cena.

Rafael concordou com a cabeça: "Certo."

Ele a acompanhou até o edifício, observando-a subir as escadas até que ela virasse na curva do corredor; então, ele retornou para o carro.

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