Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 68

"Claro," respondeu o funcionário, recebendo a amostra com eficiência.

Rafael completou o registro e fez o pagamento antes de se virar para sair.

Ele tinha estacionado seu carro bem em frente ao centro de identificação genética. Quando ele saiu, um táxi vermelho passou raspando pelo seu carro e estacionou na vaga que ele tinha acabado de desocupar.

Rafael olhou pelo retrovisor para o táxi vermelho, girou o volante com agilidade e contornou a esquina, afastando-se.

Quase ao mesmo tempo, Lucas saiu do táxi.

Ele observou a grande porta do centro de teste de paternidade e ao entrar, entregou ao funcionário as duas amostras que trazia consigo: "Eu gostaria de solicitar um teste de paternidade."

As mesmas palavras, o mesmo rosto oriental, a mesma estatura bela e boa aparência, o mesmo tipo de amostra de cabelo, e tudo isso acontecendo num intervalo de menos de cinco minutos entre as ações de Lucas e Rafael, o que despertou ainda mais a curiosidade do funcionário: "O que está acontecendo hoje? Por que será que tantos brasileiros resolveram vir fazer o teste de DNA?"

"Até as amostras são idênticas." Ele disse enquanto estava balançando o tubo de amostra recém-preparado de Rafael e pegava outro recipiente igual para colocar a nova amostra.

Lucas franziu a testa suavemente e olhando para o jovem funcionário: "Outro brasileiro veio aqui da mesma altura que eu há pouco?"

"Sim, acabou de sair," respondeu o funcionário, esticando-se para ver se ele ainda estava lá fora. "Estava bem ali, muito parecido com você, alto e bonito, vestindo um terno preto."

Para ele, todos os brasileiros eram parecidos.

Lucas também se virou para olhar em direção à porta, mas não viu nenhuma figura familiar. Contudo, pela descrição do funcionário, parecia ser Rafael.

Quando voltou seu olhar, ele notou que havia câmeras de segurança na entrada e vacilou um pouco antes de perguntar ao funcionário: "Será que é possível eu dar uma olhada nas gravações da câmera de segurança? A pessoa que estava aqui antes pode ser um amigo meu."

O funcionário sorriu, mas recusou: "Desculpe, não podemos fazer isso, respeitamos a privacidade dos clientes.

Lucas compreendeu e disse: "Tudo bem, obrigado pela atenção."

Ele não foi insistente com o funcionário, embora não conseguisse entender a atitude de Rafael. No mesmo dia, ele havia pedido a Rafael para enviar uma amostra de cabelo, será que ele queria fazer um teste de DNA com Fabiana inicialmente?

Mas Fabiana não concordava, será que ele e Rafael haviam pensado a mesma coisa? Fazer o teste sem informá-la?

"Senhor?" o funcionário chamou, batendo na mesa.

Lucas se refez, pediu desculpas e seguiu o funcionário para concluir o registro e o pagamento antes de ir embora.

Os resultados do teste de paternidade iriam ficar prontos em três dias úteis.

Lucas havia decidido viajar para cá de última hora e não havia conseguido resolver muitas coisas relacionadas ao trabalho antecipadamente. Embora no comando da empresa no momento, seu avô Manuel Soares também ficava observando. Manuel perceberia que algo não estava normal, se Lucas ficasse um dia sem aparecer na empresa.

Ao sair do centro de testes de paternidade, Manuel ligou: "Onde você está? Por que desapareceu por um dia e uma noite? O Sr. Lin disse que você não foi à empresa e que uma reunião do conselho teve de ser cancelada de última hora. O que está acontecendo?"

"Há uma possibilidade", disse Lucas cuidadoso, tentando fazer com que Manuel desistisse de voar imediatamente, "Acabei de sair do centro de testes de paternidade. O resultado do teste de DNA provavelmente ficará pronto em três dias. Assim que ficar pronto, eu lhe direi o resultado."

"Por que ter que esperar três dias...", como esperado, Manuel já estava se preparando para partir, "Isso é perfeito, viajo agora, contamos com o fuso horário, e o resultado já terá saído quando eu chegar aí, o tempo é ideal, não preciso ficar esperando em casa..."

Enquanto falava, já se virava para passar as instruções para Álex, que cuidava dele há muitos anos: "Álex, verifique se consegue agendar um voo para Cidade Oeste Zurique, ainda hoje, o mais cedo possível."

Como ele não havia abaixado a voz e ainda estava na ligação, Lucas ouviu tudo e tentou impedi-lo: "Vovô, não se apresse em vir, é uma viagem longa e cansativa. Não há por que chegar aqui depois que os resultados saírem. Eu cuidarei dela, ela não vai a lugar algum. Além disso, ainda não temos certeza de que é a Helena."

"Não será um incômodo para mim. Vou dormir no avião e já chegarei aí. Agora, eu não consigo esperar nem mais um dia." Manuel não deixava espaço para discussões, "Além do mais, se você não estivesse com tanta certeza, você estaria tão ansioso para fazer o teste de DNA? Fale-me, como ela está agora? Por que você acha que ela é a Helena?"

"Ela...", Lucas pensou no bracelete no pulso de Fabiana e sua voz se conteve um pouco.

Manuel percebeu a incerteza emocional de Lucas: "Lucas?"

"Ela usa o bracelete com as iniciais A.M. gravadas, é aquele bracelete de esmeralda com a imagem de Buda que Rafael havia dado a ela." Lucas limpou a garganta e tentou controlar a emoção inapropriada, "A idade também bate, e ela foi adotada pela família que a encontrou. Mas ainda não consegui investigar as condições específicas daquela família."

Após um longo silêncio do outro lado da linha, quando Manuel voltou a falar, ele estava com a voz contida e apressava Álex: "Álex, Álex, verifique os voos, mesmo que não tenha direto, veja os voos com escalas, é necessário que seja o mais cedo possível, o mais rápido possível."

Lucas era capaz de imaginar a urgência de Manuel do outro lado da linha.

Apesar de haver muitos netos na família, Helena era a única menina, bonita e adorável desde criança, meiga e atraente. Mesmo tendo sido muito mimada, não era cheia de caprichos e nem teimosa, pelo contrário, era ajuizada e doce, intuitiva, e sempre notava quando alguém estava triste ou aborrecido. Ela não fazia nada para alegrá-los, apenas se aproximava em silêncio, segurava suas mãos com sua voz doce e perguntava: "Vovô, você está triste?" "Irmão, você está aborrecido?” E então, com os olhos brilhantes e voz suave, dizia: "Posso ficar conversando com você, está bem?" ou "Não fique preocupado, um abraço vai te fazer se sentir melhor." Por causa disso, a pequena e amada filha era tratada com todo cuidado e carinho por todos da família, como se fosse um cristal frágil, se não fosse pelo acidente que tivesse ocorrido naquele ano.