Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 676

Sophia também acabava de levantar a cabeça, diminuindo o passo apressado. Com olhos imóveis, ela examinou Amélia de cima a baixo, para finalmente pousar seu olhar no rosto ligeiramente surpreso da outra.

Gustavo, que estava concentrado em seu celular, não tinha prestado atenção ao redor. O passo repentino mais lento de Sophia fez com que ele virasse a cabeça em sua direção, seguindo o olhar dela até a frente, onde viu Amélia parada à porta de casa, segurando um celular. Ele também reduziu o passo.

Amélia tinha visto Gustavo ao meio-dia; ela o reconhecia.

Sophia, ela se lembrava de tê-la visto uma vez na entrada do shopping Centro Comercial Céu de Cidade Oeste.

Naquela ocasião, ela havia sido assustada por um gesto de Pedro Silva, saindo às pressas do carro dele e correndo sem direção para dentro do shopping, sem prestar atenção por onde andava, acabando por colidir com alguém e derrubar a bolsa da pessoa no chão.

Essa pessoa era a mulher que agora a examinava, Amélia se lembrava.

Ela também se lembrava claramente do choque de ouvir a voz dela pela primeira vez, uma sensação de frio paralisante que a deixou imóvel, e do primeiro olhar para o seu rosto, uma sensação sufocante que agarrou seu coração, um impulso instintivo de se afastar, mas com os pés como que congelados, sem conseguir se mover.

Essa sensação ainda estava lá, embora não tão intensa quanto no primeiro encontro.

A mulher de meia-idade à sua frente não tinha mais a expressão de terror ao vê-la, como naquele dia, nem se virou para fugir com passos desordenados, mas a examinava com um olhar avaliador.

Embora Amélia não tivesse mais nenhuma lembrança dela, seu tom e olhar a deixaram desconfortável.

Amélia estava certa de que não gostava dela, e por isso não cumprimentou, nem perguntou quem eram ou quem procuravam, apenas passou o olhar por eles rapidamente antes de virar-se para entrar em casa.

"Espere."

Sophia finalmente falou, talvez irritada por seu gesto que considerou rude, sua voz já mostrando certa irritação. Gustavo, interrompendo-a com a mão, falou de maneira mais amigável para Amélia: "Amy, eu e sua mãe viemos visitar você, Rafael e as crianças. Eles estão em casa?"

"A sua mãe."

Essas palavras fizeram Amélia parar e olhar para trás.

Ela não sabia se eles eram seus pais biológicos ou os de Rafael, não conseguia ver qualquer semelhança com ela ou Rafael neles.

Gustavo parecia gentil, até mesmo com um sorriso conciliatório.

Independentemente de a Amélia à sua frente ser real ou não, ela parecia mais com a versão de si mesma quando acabara de se casar com Rafael, gentil, suave e complacente, faltando-lhe a calma e a agudeza de após o divórcio. Tal comportamento fez com que Sophia sentisse aflorar, quase que involuntariamente, aquele senso de superioridade tipicamente atribuído aos mais velhos, impossível de ser completamente reprimido.

Amélia não deixou de perceber aquela aura de superioridade emanando de Sophia, mas o modo como Gustavo chamou-a de "sua mãe" a deixou incerta sobre a natureza de sua relação com Sophia, portanto, manteve-se educada, apenas acenando com a cabeça e dizendo: "Ah, eu não me lembro do passado."

Ela então perguntou: "Por favor, quem é a senhora?"

"Rafael não mencionou a você?"

Gustavo, confuso, franziu a testa, mas rapidamente se recuperou e tomou a iniciativa de se apresentar a Amélia, "Meu nome é Gustavo, sou o pai do Rafael.

Esta é Sophia, a mãe do Rafael."

Compreendendo, Amélia acenou com a cabeça e cumprimentou educadamente: "Muito prazer."

Ela não se mostrou nem submissa nem distante, uma atitude que fez Sophia franzir o cenho e, sem conseguir se conter, examinou Amélia de cima a baixo, com um olhar que claramente questionava, "Você é realmente a Amélia?"