Ex-marido Frio: Amor Inesperado romance Capítulo 99

A frieza de Rafael deixava Bruno inquieto

O Rafael de antes, embora distante, mantinha-se calmo.

A calma de Rafael agora, escondia uma tristeza profunda, uma resolução feroz e insensível.

Ao terminar de destruir a sala, Rafael finalmente começou a reagir.

"Limpe a sala e faça o que quiser com ela."

Depois de falar, já estava puxando a mala, virando-se para ir embora, sem nenhuma vontade de ficar.

As palavras "faça o que quiser" deixaram o decorador cheio de dúvidas, sem saber como agir, e olhares de súplica foram dirigidos à Bruno.

Bruno também não sentia segurança, e muito menos ousava confirmar com Rafael.

"Então é só dar um jeito."

No final, Bruno só pôde estender o que Rafael queria dizer, passando as instruções para os outros, acompanhando Rafael para fora.

Ele levou Rafael de volta ao seu lugar dos últimos dois anos de carro, espiando-o eventualmente pelo retrovisor do carro.

O semblante de Rafael permanecia frio e calmo.

Ao chegar à porta de casa, Rafael indiferente, aconselhou Bruno a voltar cedo para descansar e entrou com sua mala.

Bruno não teve coragem de perguntar o que havia acontecido entre Rafael e Amélia, e porque ele havia mudado repentinamente ao voltar.

Nos dias que se passaram, Rafael parecia retornar ao seu jeito antigo de ser, dedicado ao trabalho, cortês e educado com as pessoas, mas sempre mantendo uma distância fria e indiferente.

Mas Bruno sentia nitidamente que Rafael havia mudado.

Essa mudança não era mais o fervor com que via o trabalho como sua vida, mas agora parecia mais um zumbi, apenas como uma máquina e entorpecido.

Esse novo Rafael preocupava Bruno, mas ele se sentia incapaz, nem mesmo ousava perguntar a razão.

Apesar de sua proximidade com Rafael, sabia que seria inútil perguntar pois ele não gostava de abrir seu coração.

Felizmente, depois de alguns dias, Matheus retornou ao país.

Bruno conhecia Matheus muito bem e sabia da amizade que ele tinha com Rafael.

Lembrando que Matheus também estava em Zurique, Bruno achava que Rafael tivesse encontrado Matheus por lá e não sabia se ele estava ciente dos problemas de Rafael. Então, quando estavam voltando do aeroporto para buscar Matheus, Bruno perguntou cuidadosamente: "O Sr. Gomes enfrentou algum problema em Zurique?"

"Nada de mais." Matheus pareceu estar confuso com a pergunta, "Que problema o Sr. Gomes poderia ter?"

"É que eu tenho a impressão que o Sr. Gomes retornou um pouco diferente desta vez," Bruno falou com cautela, "parece que se aborreceu com algo lá fora.”

"Ah?" Matheus ficou interessado e virou-se para ele, "Como assim?"

Bruno: "Ele reformou totalmente o apartamento após o casamento, algo que ele nunca tinha feito nem mesmo quando havia se divorciado. Quem iria de repente querer retirar todos os vestígios deixados pela ex-esposa dois anos após o divórcio?”

"Só um minuto." Matheus notou algo importante, "O Sr. Gomes se divorciou?"

Bruno olhou admirado para ele: "Você não sabia?"

Matheus balançou a cabeça; ele com certeza, não sabia.

Ele já tinha perguntado algumas vezes sobre a esposa de Rafael, mas Rafael nunca o havia contado sobre o divórcio.

Bruno teve a impressão que Rafael não queria que os outros soubessem e se arrependeu de ter contado: "Então provavelmente o Sr. Gomes não quer que ninguém saiba, finja que você nunca ouviu falar sobre isso, que você não sabe de nada."

Matheus riu ao notar Bruno tão arrependido: "Relaxe, eu não vou te entregar. E mesmo que eu o fizesse, o Sr. Gomes não iria te culpar.”

Bruno fez uma expressão amarga, não era uma questão de Rafael o culpar ou não, mas que ele estava fofocando pelas costas, embora realmente fosse o caso.

"Mas," Matheus analisou, "o Sr. Gomes realmente parecia normal em Zurique. Se aconteceu algo, foi quando ele ficou distraído olhando para uma garotinha de mais de um ano durante nosso almoço. Depois, ele saiu rapidamente sem terminar a refeição, e eu nem faço ideia para onde ele foi."

"Uma garotinha de mais de um ano?" Bruno parou por um instante e virou-se para Matheus arregalando os olhos, "Será que era a filha do Sr. Gomes?”

Assim que disse essas palavras, Matheus deu um tapinha no ombro dele.

"Acho que você está imaginando coisas. A menina foi trazida pela mãe, e saiba que o Sr. Gomes não parecia conhecer a mãe dela."

A surpresa no rosto de Bruno desabou instantaneamente, e ele ficou pensativo, de fato, seria muito difícil encontrar sua própria criança após voar até o outro lado do mundo.

Matheus com uma expressão de preocupação, olhou para Bruno e não se conteve, começou a rir dele: "Para quem diz que trabalha só pelo salário, você se preocupa demais com o coração do pai e da mãe da criança, mesmo por que, nem eles mesmos estão tão preocupados assim."

"Tolice. O meu pagamento é ele quem faz, caso o patrão sumir, onde encontrarei um emprego tão sossegado, e com um bom salário e ainda com uma posição de prestígio?" Bruno se voltou para Matheus, "O Sr. Gomes tem demonstrado não estar bem depois que voltou de Zurique, você poderia ajudá-lo um pouco? Caso algo o esteja incomodando, que não guarde somente para si, mas que compartilhe com mais pessoas. Nós talvez não consigamos resolver os problemas dele, contudo podemos ouvi-lo e assim, quem sabe aliviar suas preocupações, ficar pensando pode fazer com que ele adoeça.”

Matheus olhou para ele sorrindo e disse: "Por que você não diz isso a ele diretamente?"

Bruno: ", Ele é meu patrão, e eu simplesmente não posso falar isso na cara dele, 'patrão, se você continuar guardando e não compartilhando os seus problemas com alguém, vai ficar doente, viu?'"

Depois disso, Bruno lançou um olhar irônico para Matheus.

Matheus apenas riu com a brincadeira: "Tá bom, vou ficar atento."

Entretanto ser conselheiro não era um dom que ele tinha, ele tinha dificuldades de lidar com seus próprios problemas para desabafar com Rafael.

Ele retornou ao Brasil justamente para conversar com Rafael, e por conta disso, quando se viram à noite, Matheus já não se lembrava do pedido de Bruno. Valendo-se do momento em que servia vinho para Rafael, Matheus foi objetivo: "A função de diretor de design da empresa conjunta, eu já propus a alguém."

Rafael, que estava com o queixo apoiado com uma das mãos e desperto, levantou os seus olhos e o notou com um certo desdém: "É aquela garota?"

Matheus apenas confirmou com um simples sinal de cabeça: "Sim, já falei com ela."

Rafael sorriu brevemente: "Você está tomado por algum demônio?"

O sorriso, contudo, não chegou em seus olhos, mostrando que ele não aprovava o que Matheus tinha feito.

Em seu ponto de vista, Matheus agia semelhante a um monarca cego pela paixão.

"A garota é bonita?" perguntou Rafael.

Matheus respondeu com um gesto: "Sim, ela é muito bonita, ingênua e com classe, mas o mais importante é,"

Ele iria dizer "talentosa", mas antes que terminasse a frase, Rafael o interrompeu: "Se está tão encantado por sua beleza , poderia se encorajar mais e casar-se com ela. Por que colocar o futuro da empresa em risco?"

Matheus: "…"

Rafael o observou : "Eu não concordo em apenas usá-la."

"A empresa não é algo apenas para você conquistar mulheres." Rafael reforçou, com uma fisionomia séria.

Matheus o olhou por um instante: "O que você está querendo dizer? Caso a empresa fosse capaz de encantá-la, eu, com certeza não estaria discutindo isso com você. Pode ficar em paz, não preciso do seu consentimento, ela mesma já recusou."

Rafael admirado elevou uma sobrancelha.

Ele imaginava que o cargo de diretor de design do Grupo Amanhecer era atrativo o suficiente para um estudante recém-formado, mesmo sendo apenas uma subsidiária.

Matheus notou a surpresa no rosto de Rafael: "Viu? O cargo de diretor de design é tão excitante que, ela, sendo brasileira, conseguiria trabalhar de volta no seu país, perto de casa, com um salário dobrado e ainda estar na posição de diretor de design. Muitos almejariam essa oportunidade e não conseguiriam, como ela pode não estar interessada?"

Ponderando sobre isso, Matheus tinha algo mal resolvido dentro de si. Ele imaginava que Amélia não tinha interesse devido às condições oferecidas não serem suficientemente boas. Ele já havia acertado com Rafael que, após Amélia apresentasse seu projeto, Rafael decidiria se usariam ou não Amélia como diretora de design. Para assegurar a permanência de Amélia , Matheus preferiu agir primeiro, muito confiante ao abordar Amélia sobre a oferta do cargo de diretora de design, contudo acabou sendo recusado.

"Grata pelo apreço, Sr. Ferreira, porém não tenho habilidades e experiência de trabalho o suficiente para este cargo, não consigo assumir um posto tão importante."

Mesmo o pretexto da renúncia era solene e sem lisura.

Ele decididamente não compreendia, qual o motivo de Amélia não apreciar aquela posição.

Somente ela naquele lugar, semelhante a uma recém-formada, se saísse de sua empresa, não encontraria uma oportunidade de trabalho como esta.

"Cada pessoa tem seus próprios propósitos." Mediante ao desgosto de Matheus, Rafael somente respondeu calmamente, já que ele mesmo não estava de acordo em deixar um posto tão relevante nas mãos de uma novata. Para ele, se não havia interesse da outra parte, ambos estavam satisfeitos.

Já Matheus não enxergava dessa forma: "Eu te digo, essa moça é realmente habilidosa e dotada, além de trabalhadora e simples. O mais importante é que temos os mesmos princípios, nos damos bem e a colaboração é muito agradável. Seria muito bom se tivéssemos mais pessoas como ela para que a empresa firme suas raízes no mercado nacional. Me ajude a pensar em um jeito de tentar mantê-la conosco."

Rafael olhou para ele: "Com catorze bilhões de brasileiros, você tem receio de não conseguir encontrar alguém cheio de talento, dotado e compatível? Se a pessoa não está interessada, por que você ainda quer insistir em algo que nitidamente não está dando certo?"

Matheus: "…"

Não era isso, ele tinha ido buscar a ajuda de Rafael para tentar encontrar uma solução, não para ser convencido do contrário.

Mas Rafael voltou sua atenção para o celular que vibrava sobre a mesa.

Matheus também olhou para o celular e, ao ver o nome "Felipe Mendes", ficou pensativo e confuso, espontaneamente olhando para Rafael.

Rafael também olhou fixamente no nome que estava no celular por um instante, mas suas pálpebras se fecharam, impedindo Matheus de ver a expressão em seus olhos. Ele apenas viu Rafael pegar o telefone calmamente e atender a ligação.

"Alô?" Uma voz muito calma e serena.

"Cunhado, aconteceu algo com meu pai." Disse Felipe, com uma voz ansiosa vindo do outro lado da linha.

Rafael: "O que aconteceu?"

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