Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 101

Depois do quase encontro da última vez com Gabriel durante o almoço, Beatriz sugeriu a Daniel que, desta vez, escolhessem um restaurante mais afastado dali. Daniel já tinha feito uma boa pesquisa e guardava várias opções na manga. Todos bem avaliados na internet.

Acabaram escolhendo comida japonesa. Leve, saborosa, ideal para um almoço tranquilo. Na hora de pagar, Beatriz até tentou insistir, mas Daniel não deixou e sorriu.

— Da próxima, você que paga.

— Eu acho que... — Beatriz começou a dizer, mas nem chegou a terminar. Uma voz ao lado a interrompeu.

— Sr. Daniel?

Beatriz parou imediatamente, reconhecendo aquela voz de forma vaga. No segundo seguinte, virou-se depressa e murmurou algo sobre estar se sentindo mal.

Daniel tentou acompanhá-la, preocupado, mas a pessoa que o havia chamado já se aproximava. Ele então se limitou a responder com educação.

— Oi.

— É o senhor mesmo, Sr. Daniel. Eu sou Rafael, assistente do Sr. Gabriel, do Grupo Pereira. — Disse o rapaz com um sorriso simpático.

Logo em seguida, Rafael olhou em volta com uma expressão levemente desconfiada. Daniel notou o gesto e perguntou:

— Está esperando alguém?

— Ah, não... É que, há pouco, achei ter ouvido a voz de alguém conhecido. — Respondeu Rafael.

De fato, a voz parecia muito com a de Beatriz. Mas a mulher que estava com o Sr. Daniel tinha cabelo curto, e ele mal conseguira ver seu rosto.

— Talvez alguém do trabalho. — Disse Daniel, sorrindo, descontraído.

Ele já se preparava para ir embora quando Rafael perguntou, em tom casual.

— O senhor está com cliente?

— Uma amiga minha. — Respondeu Daniel.

Rafael assentiu com um sorriso leve, daqueles que parecem entender mais do que se diz, e se despediu com um discreto aceno.

Estava ali para buscar o almoço do Sr. Gabriel. Aquele restaurante, em particular, não fazia entregas. Era preciso ir pessoalmente.

Após pagar, ao se aproximar da saída, Rafael viu de longe o Sr. Daniel abrindo a porta do carro para a mulher. Ela vestia um tailleur cáqui e tinha cabelos curtos, na altura dos ombros. Nada lhe pareceu familiar.

Já estava de saída quando, de relance, viu a mulher se inclinar para entrar no carro e ajeitar o cabelo atrás da orelha. Por um breve instante, seu rosto ficou parcialmente visível.

Rafael congelou. Virou a cabeça num movimento brusco, tentando ver melhor... Mas já era tarde. Ela havia desaparecido de vista.

Beatriz não conseguiu convencê-lo. Acabaram indo à farmácia, ele comprou o remédio, e ela, por dentro, sentiu uma pontada de culpa.

Havia mentido para Daniel. Enganou-o... E ainda o fez gastar dinheiro com remédio. Mas...

Também não foi por mal. Ela realmente não esperava encontrar Rafael ali.

Tinha checado o mapa antes. Aquela região ficava a pelo menos quinze minutos de carro da empresa de Gabriel. Não fazia sentido cruzar com alguém de lá.

Mas aconteceu. E se Rafael a tivesse reconhecido naquele instante, teria sido o fim.

Não podia mais correr esse tipo de risco. Estava decidido: nada de almoçar em restaurantes próximos da empresa. Perigoso demais.

Em outro lugar, no escritório da presidência do Grupo Pereira.

Gabriel comia, sem muito entusiasmo, o arroz e os acompanhamentos que Rafael havia trazido. A comida parecia sem gosto, como se mastigasse papel.

— Sr. Gabriel... O senhor sabe se a Sra. Beatriz tem algum amigo próximo? — Perguntou Rafael, lançando a pergunta como quem joga uma isca.

Gabriel levantou os olhos, franziu a testa, pensativo. Depois, apertou os lábios e desviou o olhar, sem dizer nada.

Rafael entendeu tudo naquele instante. O Sr. Gabriel não fazia ideia. Então era verdade mesmo, o casamento entre ele e a Sra. Beatriz tinha sido completamente arranjado pelo Sr. Henrique? Primeiro se casaram. Depois, talvez, viesse o amor?

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