Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 117

— Não é bem isso... Só estava no caminho. — Disse Daniel, tentando parecer casual.

Beatriz apertou os lábios, claramente desconfiada.

— É sério. Ontem, quando te deixei em casa, percebi que era na mesma direção da minha. Então hoje, como estava vindo pro escritório, pensei... Por que não? — Explicou ele, como se tivesse tudo planejado de forma espontânea.

Beatriz virou o rosto para encará-lo. Daniel estava impecável naquela manhã. Terno preto, perfume marcante, cabelo perfeitamente arrumado. Estava óbvio que não era apenas por acaso.

— Daniel, tem algo que eu quero dizer com franqueza. — Disse ela, sem rodeios.

— Se for algo que eu não quero ouvir, é melhor não dizer. — Respondeu ele imediatamente.

Beatriz o encarou por um momento, suspirou levemente e mesmo assim continuou.

— Você é inteligente. Sabe muito bem o que eu estou pensando. Então, não precisamos fingir ou ficar dando voltas.

Daniel a interrompeu com uma pergunta direta:

— Você terminou com ele?

Beatriz hesitou por um segundo.

— Sim, terminamos.

Na verdade, era divórcio. Um corte definitivo. Sem volta.

— Então eu ainda tenho uma chance. — Disse Daniel, com um meio sorriso.

Beatriz ficou em silêncio.

— Você sabe, desde a faculdade eu gosto de você. Sempre fomos ótimos parceiros. Eu admiro sua competência, seu talento, sua força. — Falava com serenidade, olhando à frente. — Na época, você me recusou, e tudo bem. Depois, me envolvi com outras pessoas... Tive dois, três relacionamentos. Mas todos acabaram. E no fim, percebi que continuo pensando em você. Sempre foi você.

Ele fez uma pausa, então continuou com calma:

— Não estou pedindo uma resposta agora. Sei que ficamos afastados por dois anos e que pode haver um certo estranhamento entre nós. Só peço que você não me evite. Que não se feche. Podemos voltar a conviver como antes, com naturalidade... E depois, quem sabe, avançar um passo de cada vez. Beatriz... Você me permite isso?

No fundo, Daniel não queria se abrir tão cedo. Mas conhecia Beatriz. Sabia que ela sempre foi direta, sincera, nunca do tipo que deixava alguém pendurado em ilusões.

E era isso que tornava tudo tão contraditório.

— O tempo vai curar isso. — Disse ele, com voz baixa. — Um dia, você vai conseguir esquecer esse cara.

Fez uma pausa e completou:

— Ou talvez... Você possa escolher a mim. A melhor forma de esquecer um amor é começar outro. Eu vou cuidar de você. Prometo que nunca vou te fazer sofrer.

Beatriz não o olhou. Ficou em silêncio, balançou a cabeça negativamente, o olhar perdido nos carros à frente.

— Não seria justo com você. E eu não quero fazer isso. — Respondeu com honestidade.

Daniel permaneceu quieto por um momento, digerindo as palavras. Então respondeu com firmeza:

— Então eu vou esperar por você. O tempo que for preciso.

Beatriz finalmente virou o rosto, encarou-o de lado e disse:

— Não precisa. Podemos continuar sendo amigos, mas por favor... Pare de me buscar ou me convidar para almoçar. Isso me faz sentir pressionada.