Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 118

Ao ouvir aquilo, Daniel ficou em silêncio.

Quem foi que feriu Beatriz tão profundamente assim? A ponto de deixá-la marcada, assustada, como se qualquer nova tentativa de amor fosse uma ameaça?

Era como diz o ditado: quem já foi picado por cobra, tem medo até de corda.

Ele sentia uma mistura de curiosidade e... ciúmes. Porque Beatriz sempre o recusava de forma direta, limpa, sem hesitação.

— Posso saber o nome dele? — Perguntou Daniel, tentando manter o tom leve.

— Desculpa, mas eu prefiro não dizer. — Respondeu Beatriz, com firmeza.

Era um capítulo que ela não queria mais revisitar. Além disso, Daniel, Letícia e os outros... Todos conheciam Gabriel.

E quanto mais próxima for a pessoa, mais constrangedor é tocar nesse assunto.

— E... Você gostava muito dele? — Arriscou ele novamente.

— Gostei. Durante oito, quase nove anos. — Disse ela, com calma.

Ao ouvir o tempo envolvido, Daniel sentiu como se tivesse perdido uma guerra antes mesmo de entrar no campo de batalha.

Quase dez anos... Um amor longo, consistente, profundo.

Agora fazia sentido. Durante toda a faculdade, tantos tentaram conquistá-la, mas ela nunca deu abertura para ninguém.

— Você vai superar isso. Você é forte. — Disse Daniel, tentando confortá-la.

Beatriz assentiu com um murmúrio. Ela já estava a caminho disso. Hoje, ao pensar no nome "Gabriel", seu coração não doía mais. Era só um nome entre tantos outros.

Durante essa conversa, o carro já havia chegado à empresa. Beatriz desceu, focada, mergulhando de volta ao trabalho. Aquilo que não conseguiu terminar no dia anterior, agora precisava ser entregue o quanto antes.

Naquele mesmo momento, no Grupo Pereira.

Gabriel também havia chegado ao escritório. E a primeira coisa que fez foi perguntar a Rafael:

— Os hackers conseguiram rastrear o endereço da Beatriz?

— Sr. Gabriel... Ainda não. — Respondeu Rafael, quase sussurrando.

Gabriel cerrou os lábios. Ordenou que ele pressionasse a equipe imediatamente. Rafael assentiu, já se virando para sair, mas foi interrompido por outra ordem.

— E aquele apartamento que pedi pra você alugar... Cancele. Devolva as chaves.

Rafael parou por meio segundo, surpreso. Não questionou, apenas confirmou com a cabeça e saiu para executar.

— Vô, há dois anos... Como exatamente o senhor obrigou a Beatriz a se casar comigo? Por que nunca me contou?

— E agora quer saber disso pra quê? Já acabou, Gabriel. Já passou. — Respondeu o velho Henrique, irritado.

Um investimento de dez milhões em troca de dois anos de casamento. Isso sem contar que Bia, honesta como era, ainda dividiu os lucros meio a meio com Gabriel. Poderia ter ficado com tudo.

O segundo investimento de dez milhões, esse sim, tinha virado um grande nada.

Dinheiro jogado fora, como carne para cachorro. E o cachorro nem voltou.

— Ainda não acabou. Eu vou reconquistá-la. — Disse Gabriel, firme.

— Quando ela estava do seu lado, você não soube valorizar. Agora que foi embora, quer correr atrás feito um cachorro? E ainda quer que EU resolva o que você destruiu? Gabriel, será que você pode crescer um pouco? — A raiva na voz do avô era nítida.

— Vô, a verdade é que... Eu assinei os papéis do divórcio sem saber. A Vitória me armou. — Gabriel falou rápido, quase atropelando as palavras. — Então aquele divórcio não tem validade nenhuma. Foi um ato fraudulento. Um golpe. Não tem valor legal.

Do outro lado da linha, o silêncio caiu. Henrique congelou por um segundo, os olhos se estreitando.

O quê?

“A separação entre Gabriel e Beatriz... Foi uma armação daquela mulher?”