Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 127

— Frieza. Desprezo. Me tratar como se eu fosse uma empregada, uma babá que você podia mandar e desmandar. Sempre arrogante, sempre achando que era superior. Eu já me humilhei demais. Já perdi até a dignidade básica de ser humana ao seu lado. E mesmo assim, pra você, nunca foi suficiente. Você queria mesmo era me ver morta.

As palavras de Beatriz soaram gélidas, cortantes.

Gabriel murmurou, tentando se defender:

— Não... Não é verdade... Eu nunca pensei nisso...

— E ainda tem coragem de dizer uma coisa dessas? — Beatriz ironizou, rindo com desprezo. — Ah, claro. Você sempre foi assim, né? Arrogante, dono da razão. Só acredita no que você quer. E mesmo que me visse morrer, ia dizer que foi suicídio.

— Eu nunca quis te machucar! Nunca! — Gritou Gabriel, a voz embargada pela emoção. — — Se você tá falando do dia em que eu te empurrei e você acabou fraturando o osso, tudo bem. Eu te peço desculpa, tudo certo. Não precisa mais lavar minha roupa, nem cozinhar pra mim. Você pode só ficar em casa...

— Você acha que eu ainda quero voltar pra essa vida?! — Beatriz cortou friamente, sem dar espaço para ele continuar.

Aquela resposta fez Gabriel gelar por dentro. Ela realmente não queria voltar. Nem um pouco.

— Você ainda tá com raiva de mim, eu sei... Mas eu juro, nunca mais vai acontecer. Já esvaziei o seu quarto. A Vitória foi embora. — Gabriel tentava manter a calma, mas a ansiedade era visível na sua voz. — Eu juro, não foi minha intenção te machucar. Eu só empurrei de leve, eu não sabia que...

— Empurrou de leve? — Beatriz repetiu, rindo com sarcasmo. — Então quer dizer que, se um assassino disser ao juiz que só “deu uma facadinha”, mas a vítima era fraca demais e morreu... A culpa é da vítima?

Gabriel apertava o celular com força. A outra mão cravava no volante com tanta raiva e angústia que os nós dos dedos já estavam brancos.

— Você... Você não pode me perdoar? Só dessa vez... — Sussurrou ele, quase implorando.

— Uma vez? — Beatriz repetiu, como se tivesse ouvido a maior piada da vida. — Gabriel, você me machucou só uma vez, foi? Tudo que veio antes... Você quer apagar? Fingir que nunca aconteceu?

— Mas... Você não gostava de mim? — A voz dele saiu embargada, quase um soluço. — Por que você não pode me dar só mais uma chance?

Beatriz inspirou fundo. Quando falou de novo, sua voz era calma, porém sem alma:

— Você tá se iludindo, Gabriel. Eu nunca gostei de você.

Ela simplesmente não conseguia admitir o quanto já o havia amado. Primeiro, porque tinha nojo só de pensar que ele pudesse se apegar à ideia de que ainda havia esperança. E segundo...

Porque quanto mais o tinha amado, mais repulsa sentia agora. Só de lembrar, era como reviver uma doença, se odiava por ter se iludido tanto.

— MENTIRA! — Gritou Gabriel do outro lado, os olhos vermelhos de raiva e dor. — Eu não acredito que você nunca me amou!

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