Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 132

Gabriel só queria colocá-la dentro do carro. Quando estivessem em casa, poderiam conversar o quanto fosse preciso. Mas não permitiria que Beatriz escapasse de novo.

— Me solta! Agora! Me larga! — Gritava Beatriz, tropeçando enquanto tentava se desvencilhar da mão dele.

Não adiantava arranhar ou apertar com força. As marcas dos dedos já estavam cravadas no dorso da mão de Gabriel. Mesmo assim, aquela mão, firme como uma garra de ferro, não cedia nem um centímetro.

— Seu louco! O que você quer afinal? Acha que eu não grito por ajuda?!

Ela olhava desesperadamente ao redor, procurando alguém que pudesse ajudá-la.

— Pode gritar! Estou levando minha mulher pra casa. Quero ver quem é que vai ter coragem de se meter!

Os olhos de Gabriel faiscavam. Ao ouvir aquele "minha mulher", Beatriz sentiu um arrepio de nojo percorrer a espinha. A raiva subiu de vez.

Ela ergueu o pé e desferiu um chute forte na panturrilha dele.

Mas, tentando se equilibrar com uma perna e chutar com a outra, perdeu completamente o controle do corpo. Foi direto ao chão.

O piso da praça era de concreto. Com as roupas leves de verão, a queda seria feia. O rosto dela ia bater direto... Sem tempo de pensar, Beatriz fechou os olhos e levantou o braço para se proteger.

Mas a dor esperada não veio.

Um braço forte, rígido como ferro, a envolveu pela cintura e a puxou de volta no último segundo.

Quando abriu os olhos, encontrou os de Gabriel, profundos, intensos, cravados nela.

Nem pensou em agradecer. Afinal, se não fosse por ele, nem teria caído. E para piorar, o dedão do pé latejava, o calcanhar estava esfolado e ardia.

Ela avistou o celular caído ali perto e, sem hesitar, esticou a mão para pegá-lo.

Mas Gabriel foi mais rápido. Com um movimento ágil, girou o corpo para o lado. No instante seguinte, Beatriz estava suspensa no ar, nos braços dele.

Assustada, soltou um grito e agarrou com força o paletó do homem. Gabriel andava a passos largos, determinado, em direção ao carro estacionado na beira da rua.

Ela se debatia como louca. Gabriel, por sua vez, apertou os braços ao redor dela com mais força, tentando mantê-la firme. Não podia deixá-la cair de novo, não depois do que aconteceu da última vez.

— Não me importa o que você pensa. Mas pode esquecer essa ideia de divórcio. — Murmurou com firmeza.

Nesse instante, o som do alarme do carro foi ouvido, sendo desativado.

Beatriz, tomada pelo pânico, tentou erguer o corpo para escapar. Mas Gabriel já tinha aberto a porta.

Num gesto rápido, abaixou-se, protegeu a nuca dela com a mão livre e a empurrou com firmeza para dentro, no banco do passageiro.

— Beatriz!

Uma voz ansiosa ecoou do outro lado da praça, acompanhada de passos apressados.

Beatriz ainda lutava para sair do carro. Mas ao ouvir aquela voz familiar, gritou, desesperada:

— Veterano!