O Sr. Henrique lançou um olhar severo para o neto ao seu lado. O tom não permitia réplica:
— Vai ou não vai se comprometer?
Gabriel não respondeu de imediato. Seus olhos estavam presos na figura da garota a poucos metros dali.
Ela não usava mais máscara. O rosto, delicadamente maquiado, agora estava à mostra, tão diferente da Beatriz que ele conhecia.
Tinha cortado o cabelo, usava salto alto e roupas elegantes, bem longe do estilo simples de antigamente: sem maquiagem, sapatilhas nos pés, camisa de algodão e jeans. Tão discreta, tão... Sem brilho.
Mas agora… Estava linda. Radiante.
“Toda aquela transformação, só podia ser para agradar aquele homem” pensou ele.
Nunca havia compreendido tão claramente a diferença entre ser amado e não ser.
Gabriel apertou os punhos com força. O peito doía, e os olhos começaram a arder.
— Bia, pode ficar tranquila. Eu garanto que ele não vai mais te incomodar. — Disse o Sr. Henrique por ele, vendo que o neto permanecia em silêncio, estático.
— Espero que o senhor cumpra o que está dizendo. — Beatriz respondeu com firmeza, olhando diretamente para o patriarca.
Assim que falou, assinou seu nome no documento de perdão. O policial recolheu as folhas, o caso de agressão, enfim, estava encerrado.
Beatriz virou-se para ir embora. Daniel lançou um último olhar ao Sr. Henrique e a Gabriel, e seguiu atrás dela.
— Vou te levar ao hospital agora. — Disse Beatriz.
— Certo. E eu vi que seu calcanhar também tá machucado. Vamos cuidar disso também. — Respondeu Daniel.
A conversa dos dois chegou aos ouvidos de Gabriel. Instintivamente, ele olhou para os pés de Beatriz.
O calcanhar dela estava vermelho, arranhado.
Ele sabia o motivo.
Foi ele quem a puxou com força demais... Foi ele quem causou aquilo.
Gabriel deu um passo à frente por instinto, mas antes que pudesse seguir adiante, sentiu o braço ser puxado com firmeza.
Dentro do carro, reinava o silêncio. O Sr. Henrique virou-se para observar o neto, que mantinha o olhar baixo, os olhos apagados, como se estivesse com a alma fora do corpo.
— Tá fazendo esse teatrinho pra quem? A Bia já foi embora. — Resmungou com frieza.
Gabriel mordeu os lábios e não respondeu.
— E escuta bem: não quero mais saber de você indo atrás dela, entendeu? Mesmo que ela esteja com outro, isso não é mais da sua conta. — Disse o avô com firmeza.
Dessa vez, Gabriel não aguentou. Os olhos arderam, e as lágrimas quentes começaram a cair, silenciosas, pingando sobre o carpete do carro.
Ao ver o neto chorar, o Sr. Henrique ficou sem palavras. Por mais raiva que ainda sentisse, por mais lições que quisesse dar... Não teve coragem de continuar.
Suspirou profundamente, o coração apertado.
Não há dor maior no mundo... Do que o arrependimento.
— Você teve a chance, Gabriel. Mas desperdiçou. E ainda por cima fez ela sofrer. Agora que destruiu o que havia entre vocês... Vem tentar consertar? Nenhum cavalo de respeito volta atrás no caminho que percorreu.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Desbloqueia por favor!...
Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
Desbloqueia!!!...
Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
Desbloqueia por favor!!!!!!!!...
Desbloqueia!!!!!!!!!...
Desbloqueia por favor!!!!...
Desbloqueia por favor!!!!...
Desbloqueia por favor!!!!...
Desbloqueia!!!...