Gabriel apenas escutava, o corpo tremendo discretamente. Os ombros se contraíam de vez em quando, e ele mordia os lábios com força para impedir que o choro escapasse em som.
Uns dez minutos depois, o mordomo voltou com os curativos. Cuidou da mão de Gabriel, limpando o sangue e fazendo a bandagem.
— E o rapaz? Como ele tá? — Perguntou o Sr. Henrique.
— Hematomas no rosto, levou alguns socos no abdômen... Também tem lesões no ombro, braço e costas. — Relatou o mordomo com seriedade.
Ao ouvir isso, o Sr. Henrique perdeu a paciência. Levantou a perna e deu um chute no neto, resmungando com raiva:
— Essa força toda que você tem devia ser usada na cadeia, pra aprender a se comportar!
— Mas não foi nada muito grave, senhor. Nenhuma lesão interna. Pode ficar tranquilo. — Apressou-se o mordomo em completar.
O velho recolheu a perna com um resmungo. Então, ouviu a voz rouca do neto perguntar:
— E a Beatriz? O calcanhar dela... O ferimento foi feio?
— O calcanhar só arranhou. O mais sério foi o cóccix. Parece que ela caiu ao sair do carro meio desajeitada. — Explicou o mordomo.
Gabriel, ao ouvir isso, imediatamente endireitou o corpo e tentou sair do carro, desesperado. Mas o Sr. Henrique segurou sua camisa e mandou o mordomo contê-lo também.
— Me solta, vô! A Beatriz tá ferida, eu preciso ver ela! — Esbravejou Gabriel.
— Pra quê? Pra estragar ainda mais o dia dela?! — Retrucou o avô, com um grito.
Gabriel já tinha uma perna fora do carro, mas ao ouvir isso, congelou no lugar.
— Quem foi o responsável pela lesão no cóccix dela, hein? Ela ficou mais de duas semanas internada por sua causa! — A voz do velho cortava como faca. — Você sabe que a Bia te odeia. Que não quer te ver nem pintado. E mesmo assim quer ir atrás dela pra deixá-la ainda pior?
Gabriel cerrou os punhos. O olhar fixo na direção do hospital. O desejo de correr até lá era quase incontrolável... Mas ele aguentava.
— Cuidado com a mão, Sr. Gabriel! Vai acabar abrindo o ferimento de novo. — Alertou o mordomo, preocupado.
O Sr. Henrique então fez um sinal, e o mordomo empurrou Gabriel de volta para dentro do carro. A porta foi fechada com firmeza, e o motorista recebeu ordem imediata:
— Pode ir. Leva ele pra casa.
Depois de confirmar com o mordomo que Beatriz não precisaria ser internada e que não havia nada mais grave, o Sr. Henrique enfim respirou aliviado ao ouvir:
— Não, senhor. Foi só receitado um remédio. Nada que exija internação.
O velho assentiu com um leve movimento de cabeça, antes de ordenar:
E ela... Ela nunca o amou. Nem um pouco. Nem no início.
Não restava mais nenhuma esperança.
Ela gostava dele. Daquele cara chamado Daniel.
Gostava há muitos e muitos anos.
E pelo jeito, o sentimento era recíproco. Caso contrário, por que Daniel a teria chamado para trabalhar em sua empresa? Ainda por cima deu a ela um crachá de acesso completo.
Eles claramente se gostavam. Era algo natural.
Se não fosse pela interferência do avô, Beatriz provavelmente já teria se casado com aquele homem.
Quanto mais Gabriel imaginava os dois juntos, mais o peito doía. A imagem deles sorrindo, se amando, se entendendo sem esforço... Queimava por dentro.
O ciúme e a inveja apertaram seu coração com uma força brutal. Ele fechou as mãos com tanta força que os dedos tremiam.
O carpete do carro... Já estava completamente encharcado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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