— Sr. Daniel, isso é uma bronca por eu ter me metido onde não devia? Ou está chateado por eu ter atrapalhado sua chance de bancar o herói salvando a mocinha? — provocou Murilo, com um meio sorriso, enquanto mexia os talheres sobre o prato.
— Não é isso. Beatriz foi minha caloura na faculdade. É claro que eu quero protegê-la. — Respondeu Daniel, contido.
— E você chegou a perguntar se ela queria ser protegida? — Retrucou Murilo, direto. Em seguida, acrescentou, com um ar de quem entende bem a situação. — Sr. Daniel, conquistar uma mulher não é assim. Pode até funcionar com algumas. Você aparece no final, resolve tudo nos bastidores, e ela fica grata, comovida. Mas Beatriz não é esse tipo. Ela tem ambição, tem orgulho, e, ao mesmo tempo, é humilde e reservada. Você, que estudou com ela, deveria saber disso melhor do que eu.
Daniel fitou Murilo, pensativo.
Precisava admitir: Murilo tinha uma leitura precisa. Em poucos dias, havia captado com exatidão o temperamento de Beatriz.
— Falo como alguém com experiência. O que Beatriz precisa é de alguém que lhe estenda a mão, que a reconheça. Não de um escudo protetor que apague tudo por ela. É assim que você realmente vai ter uma chance com ela. — Completou Murilo.
— Obrigado. — Disse Daniel, sinceramente.
Murilo era uma geração mais velho, casado, pai de família. Suas palavras vinham com o peso de quem já viveu muito. Seus conselhos, práticos e objetivos, pareciam feitos sob medida.
— Que isso. Só não esquece de me convidar pro casamento quando der certo. — Brincou Murilo, rindo.
Daniel assentiu, mas logo ouviu uma pergunta carregada de provocação:
— Mas vem cá... É verdade que a Beatriz já foi casada? E você, que estudou com ela, deixou outro cara chegar primeiro? Que feio pra um veterano, hein...
Daniel apertou os lábios, sem responder.
Sim, foi Gabriel quem chegou primeiro. Ele era o depois, o que veio tarde demais. Como competir com uma história de quase dez anos?
— E essa marca no seu rosto? Já ia perguntar ontem, depois da reunião. Foi briga com o marido da Beatriz, foi? — Insistiu Murilo, com seu jeito direto e olhar esperto. — Ah, e aquele caldo de costela que você postou no sábado... Também foi ela quem fez, né?
Daniel, completamente desmascarado, apenas ficou em silêncio.
— Como você quer que eu fique calmo? Ela se casou comigo e agora age como se eu fosse um estorvo? Nem sequer tem coragem de admitir que fomos casados?! — Gabriel estava fora de si. Por trás da raiva, transbordava mágoa.
O divórcio nem estava finalizado, e Beatriz já fazia de tudo para apagar qualquer vínculo com ele?
E o pior: ela não declarara que era divorciada. Declarara que nunca havia se casado. Se ao menos tivesse escrito “divorciada”, ele não teria se sentido tão ultrajado.
— E o senhor vai pra onde agora?! — Perguntou Rafael, sendo quase arrastado até a porta, agarrado ao braço do chefe que parecia um touro enfurecido.
— Vou até a Aurora, pessoalmente! Quero ver ela negar que foi minha esposa na frente de todo mundo! — Rosnou Gabriel entre os dentes.
Rafael, suando frio, só conseguia pensar: “Antes, eram as mulheres que exigiam reconhecimento... Agora é o Sr. Gabriel que corre atrás da Sra. Beatriz, cobrando o título!”
— Não vá! O senhor vai se arrepender depois. Isso não pode ser resolvido no calor do momento! — Suplicou Rafael, tentando impedi-lo de cometer uma loucura.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
Desbloqueia por favor!...