Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 154

— A Sra. Beatriz já não quer vê-lo. Se o senhor for até a empresa dela, vai ficar ainda mais feio. E, pra falar a verdade, eu acho que isso é uma coisa boa. — Disse Rafael, tentando manter a calma.

Gabriel se virou na hora. Os olhos ardiam em fúria quando explodiu:

— Boa?! Você tá falando merda, Rafael! Eu vou...

— Porque, se a Sra. Beatriz for demitida por causa da denúncia, ela vai sair da empresa do Sr. Daniel. E aí o senhor pode contratá-la aqui no Grupo Pereira. Isso não seria uma coisa boa? — Interrompeu Rafael, com firmeza.

Gabriel congelou. A raiva que o consumia cessou, e os passos em direção à porta estacaram.

Rafael soltou o braço do chefe, ainda ofegante, e aproveitou para continuar:

— Por isso o senhor não pode aparecer lá. O melhor é deixar que a informação sobre o casamento da Sra. Beatriz se espalhe naturalmente dentro da Aurora. Se o senhor for pessoalmente, vira o foco da confusão.

Gabriel fechou os punhos. A tensão subiu até o rosto, cujos músculos estavam rígidos. Refletia em silêncio.

— E não precisa ficar assim tão bravo. — Acrescentou Rafael, agora em tom conciliador. — Quem sugeriu o casamento escondido foi o senhor, lembra? O senhor nunca assumiu a Sra. Beatriz em público, nunca falou dela com ninguém. Ela só está cumprindo a parte dela do acordo.

Gabriel não conseguiu responder. A verdade bateu fundo. Era amarga, afiada, impossível de negar.

Sim... Ele mesmo havia cavado esse buraco. Pediu discrição, evitou expô-la, não tiraram fotos, não houve festa, nem alianças à mostra. Nenhum anúncio para amigos ou família.

O que os unia era apenas um pedaço de papel: a certidão de casamento.

Dois anos morando juntos e, ainda assim, viviam como colegas de apartamento. Ele nem sequer dividia a cama com ela.

E agora, até esse documento estava prestes a perder a validade. Quando o divórcio saísse, ele e Beatriz não teriam mais nenhum laço.

Rafael, percebendo que havia conseguido acalmar a fera, levou Gabriel de volta para a mesa e o fez sentar.

— Eu mesmo vou garantir que o fogo se espalhe dentro da Aurora. — Disse ele, com confiança.

Gabriel assentiu. Agora mais calmo, perguntou:

O jantar seria simples: um mingau leve, cozido lentamente na panela de barro. Enquanto o deixava no fogo, Beatriz separou os papéis do divórcio para fotografar. Precisaria deles como prova.

Nesse momento, o celular vibrou. Era uma ligação de sua melhor amiga, Letícia.

Ela atendeu.

— Menina do céu, Bia! Você não sabe da última! — Começou Letícia, já com tom escandalizado de fofoca. — Fui hoje num jantar de negócios com meu pai. Adivinha quem estava lá? O pai do Gabriel! E sabe o que ele estava fazendo? Conversando com meu pai sobre uma possível aliança entre as famílias!

Ao ouvir o nome de Gabriel, Beatriz apertou os lábios. Permaneceu em silêncio.

Letícia continuava, exaltada, dizendo que o pai queria que ela se casasse com Gabriel. Beatriz hesitou. Será que deveria contar, ali mesmo, que já fora esposa dele?

Mas nem teve tempo para pensar. Letícia já emendava outro desabafo:

— Fiquei passada! Disseram que o Gabriel se divorciou, né? Agora me diz... Que tipo de família acha que a filha deles, uma moça fina como eu, vai aceitar um homem como o Gabriel? Um homem divorciado?! Sério, Bia, da última vez já tinham dito: quem casa com o Gabriel é porque tá pagando karma de sete vidas! O cara traiu durante o casamento, meteu chifre, virou chacota. É um porco, nojento! Nem de presente eu aceitava um homem assim!

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