Embora o assunto tivesse saído rapidamente dos trending topics, do lado da família Pereira, o Sr. Henrique acabou descobrindo. Logo cedo, ligou furioso, exigindo explicações.
Naquele momento, Gabriel estava a caminho do trabalho e, do outro lado da linha, levou uma bronca daquelas, sem chance de defesa.
— A Bia é uma menina tão boa! Você acha mesmo que está sendo justo com ela? — O avô ralhou, a voz carregada de decepção. — Dois anos de dedicação, Gabriel! Dois anos... E você nem enxerga?
Gabriel apertou os lábios.
"Dedicação?"
Cozinhar de vez em quando?
Lavar roupa na máquina?
A casa limpa por um robô?
No fundo, era ele quem sustentava tudo, há dois anos.
E além disso... Cadê a gratidão? Ontem mesmo ela deu a ele um tapa na cara.
— Se você não souber valorizar... Depois não venha se arrepender! — O velho continuava, o tom pesado. — E agora, só falta pouco mais de duas semanas...
Gabriel perdeu a paciência. Cortou a conversa, impaciente:
— Estou dirigindo, vô. Melhor a gente não falar agora. No fundo... Foi o senhor quem me forçou a casar com ela. Eu posso dar tudo para Beatriz. Tudo, menos amor.
Desligou sem esperar resposta.
Do outro lado da linha, o Sr. Henrique soltou um longo suspiro, frustrado.
Chegou a pensar em contar ao neto sobre o contrato de casamento. Mas, depois daquela conversa, percebeu que não adiantava.
Quando o prazo chegasse ao fim, que Bia fosse livre. Talvez fosse o melhor para todos.
Gabriel chegou ao prédio da empresa e subiu no elevador.
As palavras do avô ecoavam na cabeça: "pouco mais de duas semanas..."
O que ele queria dizer com aquilo?
Franziu a testa, desconfiado, mas logo afastou o pensamento. Deviam ser detalhes irrelevantes.
Só que havia uma coisa que ele não conseguia ignorar: o avô só mencionara o escândalo na internet. Não disse nada sobre o acidente, nem sobre a internação de Beatriz.
Ou seja... Beatriz realmente não contou.
Por algum motivo, aquilo o incomodou.
Mas... Não era exatamente esse tipo de silêncio obediente que ele sempre quis?
Quando chegou à sala, afundou-se no trabalho.
Melhor manter a cabeça ocupada antes que começasse a pensar demais.
Na manhã seguinte, Vitória enviou uma mensagem para Gabriel:
Ele apenas assentiu, saindo da cozinha pra pendurar o casaco no cabideiro.
Lá dentro, Vitória apertou forte a colher de sopa na mão. O olhar desapontado de Gabriel ainda parecia pairar no ar.
— Eu não sei mexer muito bem no fogão daqui... — Ela comentou, quando já estavam sentados à mesa. — Então só fiz uma sopa simples.
Ela serviu uma tigela pra ele.
— Você tá machucada, não precisava ter esse trabalho. — Gabriel comentou, tentando ser gentil.
Mas, ao dizer isso, parou por um instante.
Uma lembrança pesada invadiu sua mente.
Beatriz, com o pé torcido... E ainda lesionada na coluna. Mesmo assim, na noite anterior à discussão, ele a fez cozinhar vários pratos para eles.
A comparação foi cruel.
Sem querer, seus lábios se fecharam numa linha rígida. Os olhos baixaram, tentando esconder o turbilhão que se formava dentro do peito.
Vitória, do outro lado da mesa, não percebeu o olhar distante dele.
Sorriu levemente e disse:
— Eu não queria ficar aqui de graça... E, já que a Bia não tá, achei que podia cuidar um pouquinho de você.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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Não consigo pagar para desbloquear. Está dando erro!!!!...
Que chato!!! Desbloqueia!!!!...
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