Beatriz inspirou fundo, tentando conter o impulso de discutir.
"Afinal, é só um lugar pra dormir. Dormir aqui ou ali, qual a diferença?", pensou. No fim das contas, faltavam apenas dez dias. Ela conseguiria aguentar.
— Onde estão as minhas coisas? — Perguntou, com a voz firme.
Gabriel percebeu que, apesar da raiva evidente, ela logo recuperava a compostura. Respondeu com naturalidade:
— A Vi pediu para colocarem tudo no quartinho de hóspedes.
Beatriz foi até o outro cômodo. Ao abrir a porta, deu de cara com uma bagunça completa. Suas coisas estavam jogadas no chão como se fossem entulho. Quem olhasse, acharia que era lixo de uma mudança apressada.
Rafael entrou logo atrás e prendeu a respiração.
“A Beatriz sendo tratada desse jeito pela amante? O quarto tomado à força, e ainda mandam ela dormir num depósito? Isso já passou de todos os limites...”
Gabriel chegou em seguida, viu a cena e travou por um instante. Em seguida, virou-se para Vitória com o semblante fechado:
— É assim que a sua assistente organiza as coisas? Jogando tudo no chão?
— Me desculpa, Gabi. — Respondeu Vitória, mordendo o lábio e com um olhar supostamente arrependido. — Eu nem revisei nada, não sabia que ela tinha feito esse serviço porco. Vou falar com ela já, tá?
Ela se virou para Beatriz com um sorrisinho hesitante e um tom meloso:
— Bia, deixa que eu te ajudo a arrumar, por favor. Me desculpa mesmo. Você pode... Pode não ficar brava comigo?
— Não precisa. Eu mesma dou conta. — Respondeu Beatriz, fria como mármore.
— Bia... — A voz de Vitória já tremia, como se estivesse à beira das lágrimas. Parada ali, sem saber o que fazer, lançou um olhar de súplica para Gabriel.
— Precisa mesmo falar com a Vi desse jeito? — disparou ele contra Beatriz, o rosto fechado. — As suas coisas nem foram jogadas por ela. Para quê descontar nela?
Beatriz fechou os punhos. O sangue subiu. Aquilo era o limite.
Virou-se com fúria e rebateu:
— Eu estou descontando em quem, exatamente? Eu gritei? Xinguei? Bati em alguém? Só disse que ia arrumar minhas coisas, ué.
Gabriel hesitou por dois segundos antes de retrucar:
Mal terminou de falar, ouviu uma voz fria vinda da porta:
— Rafael.
Ele se virou e deu de cara com Gabriel parado na entrada, com o rosto fechado e olhar fulminante.
Sem alternativa, Rafael levantou-se devagar e saiu, cabisbaixo. Só queria ajudar a Beatriz... Mas pelo visto, até isso gerava ciúmes no patrão.
— Pode levar isso aqui e jogar fora, por favor. Obrigada. — Disse Beatriz, entregando a ele um saco plástico com lençóis, travesseiros e um cobertor fino.
Só de tocar naqueles itens, ela já fazia cara de nojo. Não sabia quantas vezes aquele casal tinha se esfregado ali... Mas só de imaginar, o estômago embrulhava.
— Sim, senhora. — Respondeu Rafael, aceitando o saco sem questionar.
— Jogar fora por quê? Vai dormir onde? — Perguntou Gabriel de repente, surgindo ao lado com a testa franzida.
Lençol, travesseiro, cobertor... Tudo no lixo. Será que Beatriz estava planejando fugir de casa de novo?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
Desbloqueia por favor!...
Desbloqueia por favor!...
Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
Desbloqueia por favor!!!!...
Desbloqueia por favor!!!!...
Não consigo pagar para desbloquear. Está dando erro!!!!...
Que chato!!! Desbloqueia!!!!...
Desbloqueia!!!!!...
Desbloqueia!!!!...