Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 407

— Pai, fui eu quem pediu pra transferirem o Sérgio pro setor de marketing. Jovem tem que ralar primeiro, não pode começar já no conforto. Senão, vira mimado. — Disse André, tomando a frente.

Sr. Henrique lançou-lhe um olhar de soslaio.

Ele nem tinha dito nada ainda… E o outro já estava se confessando.

— Vovô, meu pai só quis o meu bem. — Disse Sérgio em seguida, com voz sincera.

— Por favor, não o culpe. Se isso for contra as normas da empresa, eu posso voltar pro setor de controle de qualidade sem problema.

Ele fez uma pausa e completou com naturalidade:

— Pra mim, tanto faz onde estiver. O importante é estar trabalhando. Em qualquer lugar dá pra aprender. Sou muito grato por ter a oportunidade de me desenvolver na sede, graças ao senhor.

Sr. Henrique ficou em silêncio por dois segundos.

Depois, soltou um leve suspiro:

— Fica no marketing mesmo, por enquanto.

— Obrigado, vovô. Prometo que vou me esforçar em dobro pra não decepcioná-lo. — Respondeu Sérgio com um leve sorriso.

A mesa voltou a ficar silenciosa por alguns instantes.

Cada um comia em seu próprio ritmo.

Tatiane, por sua vez, fazia o papel da nora exemplar, servindo mais comida no prato de Sr. Henrique.

De repente, o velho perguntou, olhando diretamente para o neto mais novo:

— E o seu irmão? Já chegou a encontrá-lo?

— Sim, senhor. Entrei ontem na empresa e aproveitei o horário de almoço pra cumprimentá-lo. — Respondeu Sérgio.

— Vocês dois… Tantos anos e essa foi a primeira vez que se viram. Ele sempre teve uma certa barreira com vocês. E, pra piorar, eu mesmo acabei estragando o gênio dele. — Comentou Sr. Henrique, num raro momento de autocrítica.

— Mas ele foi muito gentil comigo. Se mostrou bastante atencioso. — Disse Sérgio com um sorriso tranquilo.

Sr. Henrique o encarou por um momento.

Ele sabia muito bem o que havia acontecido no almoço de ontem.

Mas não esperava que o garoto não só não reclamasse… Como ainda falasse bem do Gabriel.

— Se ele te tratou bem, então fico mais tranquilo. — Respondeu apenas, seguindo o fluxo da conversa, sem se aprofundar no assunto.

Ao escutar o nome de Gabriel surgir na conversa, André levantou os olhos em direção ao pai.

Afinal, Gabriel também era seu filho.

Mesmo que houvesse brigado feio com ele há poucos dias, a ponto de levá-lo pro hospital de tanta raiva, diante de Sr. Henrique, ele ainda precisava manter as aparências.

Por isso, soltou a pergunta com certo cuidado: