A essa altura, o Sr. Henrique já havia compreendido toda a história.
Então, no fim das contas, foi aquela mulher quem armou tudo.
Foi ela quem plantou a discórdia, quem manipulou os fatos.
E Gabriel, cego pelas mentiras, culpou e machucou Beatriz injustamente, repetidas vezes.
Ele já estranhava: como alguém poderia causar tanto sofrimento a outra pessoa, a ponto de quase levá-la à morte, e depois, do nada, voltar a amá-la com tamanha intensidade, como se fosse a mulher da vida?
Agora fazia sentido.
Não era ódio de verdade.
Era um ódio construído sobre um equívoco. Uma ferida nascida de uma grande mentira.
Se Vitória não tivesse aparecido, talvez Gabriel e Bia já estivessem juntos, felizes, apaixonados.
Mas agora, com a verdade diante dos olhos, tudo era ainda mais cruel.
Gabriel tinha descoberto que estava errado. Que a pessoa que ele feriu... Era a única que realmente o amava.
E mesmo assim, ele a destruiu com as próprias mãos.
— Me desculpe, Sr. Henrique. Eu não levei em conta o estado de saúde do Sr. Gabriel... Mostrei os vídeos de forma precipitada. — Disse Rafael, curvando-se mais uma vez em sinal de respeito.
— Não foi culpa sua. — Respondeu o Sr. Henrique, com o rosto sério, inexpressivo. — Se ele não tivesse mandado você fazer isso, você nem teria mostrado. E ainda por cima, logo cedo.
Fez uma pausa e perguntou, com olhar fixo:
— Quando ele começou a investigar?
— No fim de semana passado. O Sr. Gabriel entrou em contato com o hacker para recuperar os arquivos deletados da casa. — Explicou Rafael. — É o mesmo profissional que, na época, rastreou o novo número da Srta. Beatriz.
O Sr. Henrique ficou em silêncio por alguns instantes.
Lembrou-se, subitamente, de um telefonema que Gabriel fizera no fim de semana, exigindo saber se tinha sido ele quem incentivara Beatriz a armar contra Vitória.
Concluiu, achando que propunha algo razoável.
A proposta, à primeira vista, parecia conciliadora. Mas não resistia a uma análise mais profunda.
O Sr. Henrique, apoiado em sua bengala, respondeu com voz firme, carregada de amargura:
— Você acha mesmo que Beatriz não sabe que foi injustamente acusada por Gabriel? Acha que ela não percebeu que tudo o que Vitória fez foi jogado sobre ela? É claro que ela sabe. Mas mesmo assim, nunca veio até mim se queixar. Nem mesmo quando se machucou. Foi sozinha ao hospital. Foi só quando eu, literalmente, supliquei para que ela desse uma chance a Gabriel... Que ela se abriu. E contou as humilhações que sofreu nas mãos dele.
O mordomo silenciou imediatamente.
— Beatriz sempre soube de tudo. Engoliu cada injustiça. Cada humilhação. Sozinha. E agora você quer que ela simplesmente transfira o ódio pra Vitória e perdoe Gabriel? — A voz do Sr. Henrique soava cortante. — Vitória é detestável, sim. Mas tudo o que ela fez está gravado. Documentado. Por que Gabriel só foi ver essas imagens agora? Onde ele estava quando tudo aconteceu? Por que não investigou antes? Teve um apagão na cabeça, por acaso?
O mordomo abaixou os olhos. Não havia o que responder.
O Sr. Henrique bufou, impassível.
— Não ouviu o que Rafael contou? Gabriel simplesmente jogou toda a culpa em cima da Beatriz. Nem quis ouvir. Nem deu espaço pra explicações. Acreditou na palavra da Vitória como um cão treinado, obedecendo fielmente à dona. Numa situação daquelas, ele só conseguia... Acreditar nela. Sem pensar. Sem questionar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...