Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 419

— Você quer dizer que o Gabriel é inocente? Quer convencê-la a voltar, pedir perdão por ele? — A voz do Sr. Henrique era cortante. — E me diga: onde exatamente ele foi inocente? Aquelas coisas que ele fez com a Beatriz... Alguém colocou uma faca no pescoço dele e obrigou?

— Mas se não fosse pela Vitória, o Sr. Gabriel não teria agido assim com a Srta. Beatriz. — Murmurou o mordomo, hesitante.

— Não existe esse “se”! — Respondeu o Sr. Henrique com firmeza. — Vitória voltou ao país. Isso é um fato. E, sendo quem é, ela inevitavelmente causaria intrigas e confusão. Vitória é desprezível, sim. Mas Gabriel também é. Se deixou manipular de forma vergonhosa. Não quis ouvir ninguém. Não buscou a verdade. Apenas acusou e machucou. E o pior: é o CEO da sede do Grupo Pereira. Que vergonha.

Conforme falava, o Sr. Henrique ficava cada vez mais irritado. A ponto de começar a respirar com dificuldade.

Ele achava que, depois dos traumas que Gabriel viveu no ensino médio, já não lhe daria mais dores de cabeça.

E, de fato, depois que entrou na faculdade e passou a trabalhar na empresa, o desempenho dele era impecável.

Gabriel queria, acima de tudo, provar que não era como o pai.

E por isso se dedicava como ninguém, queria garantir o posto de herdeiro legítimo, sem dar brechas para que o pai ou o filho bastardo interferissem.

Tudo caminhava bem. Estava no rumo certo.

Até que... Apareceu o obstáculo chamado “emoções”.

O Sr. Henrique tentava, com esforço, controlar a raiva.

Já estava velho. Não conseguia nem aproveitar a velhice em paz. Era só preocupação, tensão, decepção.

Ele havia chamado o filho bastardo de volta justamente porque Gabriel estava perdendo o controle com Beatriz.

A ideia era dar a ele uma noção de ameaça. Criar uma disputa.

Fazer com que Gabriel voltasse o foco pra empresa.

E esquecesse... Assuntos do coração.

Mas ele se esqueceu de um detalhe: na família Pereira, todos eram escravos do amor.

Ele mesmo, depois da morte da esposa, nunca mais se casou.

O tal do André, por pior que fosse, também só teve um caso extraconjugal, e não uma legião.

Agora Gabriel...

Preferia morrer a abrir mão de Beatriz.

— Meia hora atrás, a Bia não te ligou? — Perguntou, de repente, o Sr. Henrique. — Não foi ela quem pediu pra que eu reforçasse a vigilância sobre o Gabriel depois que ele saísse da prisão?

O mordomo hesitou.

— O senhor quer dizer que…

O Sr. Henrique não respondeu.

Seus olhos continuavam fixos na porta da emergência, ainda fechada.

O tempo da ligação foi muito oportuno.

Por que Beatriz falaria isso agora?

Se, lá no início, quando as manipulações começaram, Gabriel tivesse acreditado em Beatriz...

Se ele tivesse se dado ao trabalho de investigar...

Talvez ainda houvesse caminho para voltar atrás.

Mas agora... Não havia mais volta.

Do lado de fora do hospital, à beira da rua.

Dentro da van cinza, o homem de óculos escuros falava baixinho ao microfone do fone de ouvido:

— Ele saiu... Mas sem o Gabriel. Aparentemente, ele ainda está dentro do hospital. Ah, e dos nomes que o senhor me passou como alvos prioritários, dois vieram direto pra cá. Um senhor mais velho e o mordomo.

Do outro lado da linha, num escritório isolado.

Sérgio escutava o relatório enquanto fitava a tela apagada do computador, que refletia nitidamente o sorriso torto em seus lábios.

"Como eu imaginei...

Métodos sujos sempre eram mais eficazes."

Se dependesse do pai dele pra descobrir qualquer coisa...

Ia ficar esperando até o fim da vida.

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