Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 426

Mas, no esforço de virar o corpo, Gabriel perdeu o pouco de força que ainda tinha e, sem controle, caiu direto no chão.

Tum!

O barulho seco do corpo atingindo o piso ecoou alto pelo quarto.

Mesmo assim, ele não sentiu dor.

Nem se importou.

Tentou imediatamente se levantar de novo.

Naquele instante, um dos seguranças do lado de fora, que checava o quarto a cada dez minutos, ouviu o estrondo e, alertado, abriu a porta com pressa.

Ao ver o Sr. Gabriel caído no chão, se contorcendo para tentar levantar, os dois seguranças entraram às pressas para ajudá-lo, erguendo-o com cuidado e tentando colocá-lo de volta na cama.

Mas Gabriel resistiu.

Tentou empurrá-los, mas não tinha forças nem para mover o próprio braço, quanto mais afastá-los.

Com a voz rouca, irregular, quase falhando, murmurou:

— Me... Solta... Eu preciso... Falar com a Beatriz...

Não era gagueira.

Era que a voz simplesmente não saía com força constante.

Ele falava por partes, pausando para conseguir puxar ar, depois voltava com mais esforço.

Ao ouvir que ele ainda queria ir atrás da Srta. Beatriz, os dois seguranças trocaram um olhar rápido. Sem dizer nada, o ergueram de volta e o deitaram na cama à força.

— Vocês… Porra… Não ouviram o que eu... Disse?! — Gabriel gritou, com a cabeça erguida, os olhos furiosos.

Mas mal teve tempo. O ombro foi pressionado de novo contra o colchão.

— Sr. Gabriel, o senhor está debilitado. Precisa descansar. — Disse um dos seguranças, com voz firme. — Por favor, colabore com as ordens médicas. Não nos obrigue a ser mais duros.

Gabriel respirou fundo e fechou os olhos.

Sabia muito bem que aqueles homens só respondiam ao avô.

Se Henrique não desse ordens, eles jamais o levariam até Beatriz.

E, de fato, seu corpo não estava pronto.

Nem se levantar sozinho ele conseguia ainda.

Precisava aguentar.

Esperar o efeito da medicação passar.

Logo, estaria forte o suficiente.

— Que horas são? — Perguntou.

— Seis e dezoito, senhor. — Respondeu o segurança.

— Da manhã...? — Tentou perguntar, mas antes que terminasse, o segurança já o corrigia:

— Seis e dezoito da tarde, senhor. Já se passaram dez horas desde que o senhor desmaiou.

Gabriel não perguntou mais nada.

Todos os sinais vitais estavam normais, nada fora do esperado.

Antes de sair, recomendou repouso absoluto, nada de esforço físico ou mental.

Sugeria, inclusive, assistir a programas leves ou filmes relaxantes. Nada que exigisse concentração.

Assim que o médico saiu, outra pessoa entrou.

Gabriel observou o homem se aproximar e ficou em dúvida: seria mais um exame?

O visitante puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama.

Não trazia nenhum equipamento médico. Nada nas mãos.

Gabriel franziu o cenho, intrigado.

— Sr. Gabriel, como está se sentindo no geral? — Perguntou o homem, com um sorriso calmo.

Gabriel assentiu com a cabeça, sinalizando que estava se sentindo bem.

— E o seu estado emocional? Tem se sentido irritado, angustiado? Ou sente que está preso a algum pensamento que não consegue deixar de lado?

Gabriel franziu ainda mais a testa.

Mas... Observar, ouvir, perguntar, analisar, tudo isso também fazia parte da medicina.

Então respondeu com sinceridade:

— Não... Mas, minha cabeça tá vazia. Como se não tivesse mais nada aqui dentro.

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