Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 439

Vitória caminhou até os armários de encomendas e retirou seus pertences.

Durante o trajeto, ela já havia começado a traçar um plano: como fugir, pra onde ir, o que levar.

Só precisava de uma coisa: seus documentos.

Revirando a bolsa, começou a conferir se tudo estava ali, identidade, passaporte, cartões…

Mas, de repente, os dedos tocaram num pequeno estojo.

Curiosa, pegou e abriu.

O que viu ali dentro fez seu coração dar um pulo.

Uma corrente com uma esmeralda.

Não era a coroa de rosas que Gabriel havia dado a ela. Aquela ele já tinha tomado de volta.

Essa era outra.

Uma joia que Beatriz lhe dera vinte anos atrás.

E que, anos depois, Beatriz havia exigido de volta...

Mas Vitória, cínica, dissera que já tinha perdido.

E no entanto… Ela ainda estava ali.

Por quê?

Porque, desde a primeira vez que viu Beatriz usando-a, ainda criança, soube que aquela joia valia uma fortuna.

E estava certa.

E, como já suspeitava, depois de adulta, mandou avaliar a peça.

O laudo foi claro: tratava-se de uma esmeralda colombiana excepcional, lapidada em padrão imperial e cercada por diamantes naturais.

Segundo os avaliadores, aquela joia podia ser vendida por dezenas de milhões.

Talvez até ultrapassasse a marca de cem milhões, dependendo do comprador..

Vitória ficou ali, encarando o colar por longos segundos.

De repente, o medo e o desespero sumiram.

Seu lábio se curvou num sorriso torto, e ela soltou uma risadinha abafada.

“Deus ainda não me abandonou.”

Na hora mais crítica, lhe enviara uma tábua de salvação.

Com aquela joia, não só poderia pagar todas as dívidas…

Poderia, quem sabe, voltar a viver como rainha.

E o melhor: Beatriz nunca mais a veria de volta!

Vitória quase gargalhou ao pensar nisso.

Com um brilho maligno no olhar, guardou cuidadosamente a joia no estojo e a colocou bem no fundo da bolsa, trazendo-a para a frente do corpo como quem carrega um cofre.

Aquilo era sua última chance de recomeçar.

Não podia cometer nenhum erro.

Usava um vestido rosa de princesa, com rendas delicadas e sapatinhos de couro combinando.

A pele era clara, o rosto parecia de boneca, um verdadeiro anjinho saído de conto de fadas.

E ela, Vitória?

Estava vestida com roupas surradas, doadas por caridade, com marcas de uso visíveis.

Paradas uma ao lado da outra, o contraste era gritante.

Vitória era dois ou três anos mais velha, já estava habituada ao orfanato.

Assim, foi a primeira a se aproximar com um sorriso amigável e a mão estendida.

Beatriz, naquela época, era uma tonta de marca maior.

Bastaram meia dúzia de palavras doces, e pronto, não só emprestou o vestido de princesa, como também deu a tal corrente de esmeralda.

Simples assim.

Vitória quase ria sozinha ao lembrar.

“Quanta visão, quanta esperteza.”

Foi aquela garota esperta do passado que agora estava salvando ela do fundo do poço.

Vitória sentia uma gratidão profunda por si mesma, por ter sido, desde cedo, inteligente, prática e um passo à frente dos outros.

Segurando o colar diante dos olhos, ela sorria com brilho nos olhos.

O verde da pedra parecia refletir sua ambição.

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