Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 444

“Se eu perguntar diretamente, vai mostrar que ainda está de olho nela. Vai entregar que continua vigiando cada passo. E se Beatriz comentar com o Sr. Henrique... Aí acabou pra você. “

— Sr. Gabriel, essa investigação só pode ser feita discretamente... Mas vai ser difícil. — Rafael respondeu, visivelmente desconfortável.

Gabriel sabia disso.

Rafael não tinha liberdade para abordar Eduardo. E se perguntasse algo diretamente à Beatriz, seria o mesmo que confessar que Gabriel ainda se importava com ela.

— Dê um jeito. Use indiretas. Tente infiltrar alguém dentro do Grupo Martins. O foco é descobrir se ela está... Namorando o Eduardo. — Ordenou Gabriel, com a voz fria e firme.

Rafael sentiu um leve calafrio.

Infiltrar alguém no Grupo Martins?

Aquilo não era a Aurora, uma empresa de médio porte. O Grupo Martins estava no mesmo nível do Grupo Pereira. Entrar ali à paisana não seria nada fácil.

Depois que saiu da detenção, Rafael não perdeu tempo. Pegou o celular e ligou direto para o advogado, repassando tudo.

A segunda audiência seguiria conforme o plano.

A instrução de Gabriel era clara como água:

A defesa deveria ser impecável, jogando toda a culpa sobre Vitória.

Com base nas provas de vídeo, na carta de arrependimento assinada por ele e no argumento emocional, o juiz da mediação preferia preservar uma união a destruir um relacionamento.

Cada movimento estava milimetricamente calculado.

A estratégia era sólida. E a chance de vitória, enorme.

Como assistente pessoal de Gabriel, Rafael havia feito tudo que estava ao seu alcance. Encerrando a ligação, ele mandou mais uma mensagem.

Enviou tudo para Beatriz.

Cada passo do processo, cada manobra legal.

Agora era com ela.

Se soubesse usar, tinha em mãos todas as cartas do jogo.

Se conseguiria vencer...

Ia depender da retórica do advogado dela. Que tivesse sorte.

Na casa de Beatriz.

Não restou nada para Beatriz usar como evidência.

Respirando fundo, ela reuniu as palavras certas e ligou para seu advogado, Leonardo.

Ele já havia pedido mais provas semanas atrás, mas ela realmente não tinha mais nada.

Se a outra parte fosse insistir na negação e na transferência de culpa, o que restava era contra-argumentar.

Entrar em duelo verbal. Um duelo entre advogados.

— Ai, Srta. Beatriz... suas intenções são nobres, mas a realidade é cruel. — Disse Leonardo do outro lado da linha, soltando um suspiro. — Mesmo que eu faça uma defesa linda, cheia de floreios... sem prova concreta, o juiz não engole. Do outro lado eles têm imagens, vídeos, coisas que sustentam a narrativa deles. P*ta que pariu... O Gabriel ainda conseguiu virar o jogo, usando a própria amante como “prova” de que ele é inocente. Não vi essa vindo... Desculpe o palavrão. Fiquei puto mesmo.

— Tudo bem. — Respondeu Beatriz, com voz baixa. — Vamos pensar em como trabalhar com o que a gente já tem.

— A agressão doméstica está comprovada. Isso ninguém nega. Por isso eles evitaram bater nessa tecla no primeiro julgamento e agora vieram com essa estratégia da terceira pessoa. — Analisou Leonardo. — Vou dizer uma verdade amarga, Beatriz. Já defendi muita gente em divórcio. Mesmo com denúncia de violência doméstica, às vezes o juiz só concede o divórcio quando há lesão grave, reincidência ou risco de vida real. Já tive uma cliente... Ela virou cadeirante por causa do marido. Entramos com pedido de separação. Antes da sentença sair, ele a matou. Espancou até a morte.

As palavras ecoaram no ouvido de Beatriz como um choque térmico.

Seu corpo inteiro ficou gelado.

Os dedos, antes tensos, agora estavam completamente dormentes.

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