Quanto mais ele demonstrava querer sair, mais ele precisava ficar.
Só assim aprenderia de verdade.
Se tirassem ele de lá fácil demais, seria pura indulgência, e Sr. Henrique não era homem de passar a mão na cabeça de ninguém.
— Você, hein... Tá mais protetor que o próprio avô. O garoto já é adulto, tá com mais de vinte anos... Ou ainda tá mamando na mamadeira? — Disse Sr. Henrique com sarcasmo.
O mordomo baixou a cabeça, sem ousar retrucar.
Afinal, havia criado Gabriel como um pai, era natural que quisesse defendê-lo em tudo.
Mas diante das ordens de Sr. Henrique, não havia o que fazer.
O pedido de soltura de Gabriel foi oficialmente negado.
Ele, no entanto, não se deu por vencido.
Solicitou falar diretamente com o avô.
Sr. Henrique aceitou. Estava curioso para ouvir qual seria o argumento do neto.
— Vovô. — Começou Gabriel, com voz séria e controlada. — Eu realmente reconheço meus erros. Me arrependo profundamente do meu comportamento impulsivo e extremo... — Começou com o pedido de desculpas, sincero e direto. — O psicólogo disse que meu estado emocional já está estável. Tenho colaborado com o tratamento, e minha rotina de trabalho segue normalmente...
Usou o parecer médico como respaldo.
— Embora eu esteja conseguindo trabalhar remotamente, não é a mesma coisa que estar na empresa. Além disso, o Grupo Pereira está prestes a fechar um grande projeto, e eu preciso acompanhar pessoalmente...
Com argumentos racionais, claros e objetivos, Gabriel construiu sua defesa de forma meticulosa.
Apelou à lógica.
À emoção.
Ao dever profissional.
Quando terminou, ficou em silêncio, esperando a resposta do avô.
Era sua chance.
Se conseguisse sair dali...
Ia direto pro Grupo Martins.
“Ia dar uma surra de verdade em Eduardo.
Roubar a mulher dos outros, pisar na honra, se exibir feito idiota...
Esse tipo de cara precisava apanhar até esquecer o nome.”
Os olhos de Gabriel brilharam com um desejo contido de vingança.
“Quase não conseguiu manter a pose, hein...”
Ele conhecia o neto como a palma da mão, sabia exatamente quem era Gabriel e do que era capaz.
— Tá com tanta pressa de sair... Tem algo que não quer me contar? Algum motivo oculto? — Disse ele, com a malícia de um velho lobo que já viu de tudo.
— Não... O senhor tá enganado. — Respondeu Gabriel, tentando parecer humilde. — Eu só pensei em tudo com muito cuidado e achei que sair agora seria necessário. Posso garantir que não vou mais incomodar a Beatriz.
— Não preciso da sua garantia. — Cortou Sr. Henrique, seco como sempre. — Quantas promessas você já me fez? E quantas você cumpriu?
Estava ficando difícil argumentar.
— Fica onde está. — Ordenou o avô. — Quem quer ser superior precisa aguentar o que os outros não aguentam. Aprenda a suportar.
“Mas eu já sou superior!
Sou o herdeiro direto!
Preciso suportar mais o quê?!”
Como se lesse seus pensamentos, Sr. Henrique concluiu com voz firme e cheia de desconfiança:
— Quanto mais você insiste em sair, mais eu desconfio do seu verdadeiro motivo.
Não tente enganar esse velho aqui. É isso. Tô desligando.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Desbloqueia por favor!!!!!...
Desbloqueia!!!!...
Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!...
Desbloqueia!!!!...
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
Desbloqueia!!!!...
Desbloqueia!!!!...
Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...