Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 452

Naquele momento, no último andar da sede do Grupo Martins, dentro do escritório presidencial.

Ao bater o horário do fim do expediente, Eduardo pegou o paletó e se levantou, mas espirrou de repente.

Em pleno verão, sentiu um arrepio nas costas. Suspeitava que o ar-condicionado do escritório estivesse gelando demais.

Leonardo havia comentado que tinha convites sobrando e o chamara para uma festa num cruzeiro.

Eduardo recusou sem pensar duas vezes.

A não ser que fosse um evento com propósito comercial ou com a presença de figuras relevantes do mercado, ele não via graça nenhuma em festas. E, definitivamente, não costumava aparecer por aparecer.

E o que Leonardo poderia ter a oferecer de comercial?

O cara tinha até se mudado para tocar o próprio escritório e deixado a empresa para trás, típico de um playboy que só queria saber de curtir a vida.

Ou seja, provavelmente era mais uma daquelas festas cheias de gente fútil, barulhentas, desorganizadas... Um verdadeiro desfile de caça e sedução.

Depois de recusar, ainda assim Leonardo insistiu, mandando mais mensagens e até detalhando o evento.

Eduardo baixou os olhos para o celular... E congelou por um instante.

Festa no cruzeiro Houston…

Parecia tão familiar... De onde ele conhecia isso?

Abriu o chat com sua irmã, Letícia, e rolou um pouco a conversa para cima. Então entendeu o motivo daquela sensação.

Não era coincidência. Letícia também ia à mesma festa naquela semana, obrigada pela mãe.

Digitou uma resposta curta para Leonardo.

Como o outro não respondeu mais, ele guardou o celular e voltou para casa.

Do lado de fora, a brisa noturna soprava suavemente sobre o mar calmo. As ondas balançavam com leveza, trazendo o frescor típico do verão.

Um cruzeiro enorme e luxuoso estava atracado no píer, preparado para receber jovens da alta sociedade, um evento exclusivo da elite, onde os jovens se conectavam, se mostravam e onde a juventude e a inquietação colidiam como faíscas num barril de pólvora.

Leonardo estacionou no local reservado e abriu a porta com um movimento elegante. Suas pernas longas surgiram acompanhadas de um par de sapatos italianos polidos até brilharem.

Descendo do carro, levantou o olhar para o cruzeiro de cinco andares à sua frente.

No canto da boca, surgiu um sorriso confiante, de quem sabia exatamente o que queria.

A caça da noite prometia ser de outro nível.

Nada comparado aos antigos bares ou festas vulgares que frequentava.

Leonardo pegou uma taça de champanhe e se apoiou, com um ar displicente e relaxado, no corrimão do segundo andar.

Deixava-se levar pela brisa salgada, escutando a música com um sorriso de canto de boca, mas seu olhar atento já vasculhava o ambiente, em busca de uma presa.

Ambiente de alto padrão era outra coisa.

Ali, não havia rostos vulgares nem maquiagem pesada.

Mas também não havia inocência.

As moças, todas impecáveis em vestidos de gala, conversavam entre si, riam com discrição ou observavam, assim como ele, os convidados da noite.

No rosto de cada uma, Leonardo lia a mesma coisa:

Intenção.

Elas estavam escolhendo homens.

Primeiro o patrimônio e o sobrenome, depois a aparência e o porte físico, por fim, o carisma e a habilidade social.

Leonardo tomou um gole leve de champanhe.

Essas mulheres não eram seu alvo.

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