Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 453

Já fazia mais de dez minutos desde que havia entrado, e Leonardo praticamente já tinha analisado o salão inteiro com os olhos.

No rosto, agora, começava a surgir um traço de decepção.

Difícil, viu...

Encontrar uma mulher bonita, inocente e ainda por cima inteligente o suficiente pra valer o jogo...

Pelo jeito, ele tinha vindo à festa errada.

Foi então que, ironicamente, pensou nas peruas de sempre.

Pelo menos com elas era simples: bastava dinheiro e um pouco de atenção. Fácil de manipular, sem complicação.

Pensou em subir até o deck superior para pegar um vento no rosto, mas, ao passar por alguns grupos de pessoas espalhadas pelo caminho, acabou ouvindo uma conversa que chamou sua atenção:

— Ai, os herdeiros de família grande que vieram hoje tão bem mais ou menos, né? Nem o Sr. Gabriel do Grupo Pereira, nem o Sr. Eduardo do Grupo Martins apareceram.

— Esses dois aí... Certeza que são pra casamento arranjado. Não vão aparecer em festa assim só pra flertar.

— Mas o Sr. Gabriel não é de casamento arranjado, não. Eu procurei tudo sobre a ex-mulher dele e não achei nada. Nem parece que ela existe!

— Eu prefiro o Sr. Eduardo, sinceramente. Pelo menos ele só casou uma vez, né? Dizem que o Sr. Gabriel espancava a ex-esposa. Super agressivo. Credo, que horror...

Leonardo, ouvindo isso enquanto passava, soltou uma risada silenciosa.

Olha só.

O Eduardo que se recusou a vir... Estava fazendo falta, hein? As moças claramente estavam sentindo a ausência dele.

Pensou em pegar o celular e mandar uma mensagem só pra provocar um pouco, contar o que estavam dizendo. Mas, ao enfiar a mão no bolso, percebeu:

Tinha deixado o celular no carro.

Desistiu da ideia.

Continuou subindo pela escada em espiral.

Mas as vozes atrás dele voltaram a sussurrar:

— Violência doméstica é o fim da linha mesmo... Mas pensa bem: o status do Gabriel ainda pesa, viu? Tem muita gente que ainda escolheria ele.

Leonardo ouviu aquilo e pensou, com sarcasmo:

“Se elas aceitam até agressão... Será que aguentariam impotência também?”

Se elas soubessem que o Gabriel talvez tivesse problemas... Digamos, de ordem masculina, ainda falariam com essa leveza toda?

Claro, era só uma suspeita. Mas... Faz dois anos que ele não encosta na Beatriz, e também não foi visto com nenhuma outra mulher nesse tempo.

Com o status e o dinheiro que ele tem, nem precisava se esforçar.

Teria fila de mulheres querendo cair no colo dele.

E, ainda assim, nada.

Se não procurou, era bem possível que... Tivesse mesmo algum tipo de disfunção.

Seus olhos não piscavam, acompanhando cada passo dela.

E então, quando a valsa girou os pares, ele finalmente viu o rosto dela.

Rosto em formato de ovo, traços delicados, maquiagem sutil aplicada com precisão, visivelmente natural, sem interferência de bisturis ou agulhas.

Sobrancelhas arqueadas, olhos de amêndoa, bochechas rosadas, lábios pequenos e cor-de-cereja.

Um encanto. Uma dama. Pura suavidade.

Mas, ao observá-la com mais atenção, algo mexeu dentro dele.

Uma estranha sensação de déjà-vu... Como se já a tivesse visto em algum lugar.

Franziu levemente a testa, vasculhou mentalmente as lembranças, mas não conseguiu ligar o rosto a nenhuma situação.

E ele tinha certeza: uma mulher assim não passaria despercebida.

Se a tivesse visto antes, com certeza teria se lembrado.

Talvez fosse o sexto, ou sétimo sentido, mandando um sinal de alerta direto ao coração.

Mas era só um encanto momentâneo.

Ainda não havia decidido se iria ou não se aproximar.

Por enquanto, apenas deixava o olhar acompanhar os passos dela, hipnotizado.