Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 472

Ao ouvir aquelas palavras, Renato assentiu sem hesitar, sem sombra de desconfiança.

Afinal, qualquer pessoa no lugar dela teria dificuldade para aceitar uma verdade tão repentina. E mais ainda, pelas palavras da irmã, ele sentiu claramente que ela achava que todos já haviam desistido dela.

— Tudo bem. Estou aqui, esperando seu telefonema, a hora que quiser. —Disse ele, suavizando o tom, com toda a ternura que conseguia expressar.

A chamada foi encerrada do outro lado.

Renato ficou ali, olhando para a tela escura do celular, onde o reflexo lhe mostrava seus próprios olhos vermelhos de emoção.

Ele a havia encontrado. Finalmente.

Depois de vinte anos... Eles finalmente teriam a chance de se reunir como uma família.

“Vitória Lima...

Agora, ela se chamava Vitória Lima...

Por que Lima?

Ah, claro. Quando desapareceu, ela tinha apenas quatro anos.

Provavelmente já havia esquecido completamente o nome original.

E ela mencionou que teve febre naquela época...”

Na mente de Renato, surgiu a imagem da irmãzinha, ainda tão pequena, ardendo em febre, fraca demais para entender o que estava acontecendo ao redor.

“Quase sem consciência, talvez à beira da morte...”

Instintivamente, ele levou a mão ao peito, onde um aperto doloroso parecia comprimir seu coração.

E se... Se naquela época ela não tivesse sobrevivido àquela febre?

E se o corpinho frágil dela não tivesse resistido?

Só de imaginar, o estômago de Renato se revirava.

Se isso tivesse acontecido, nunca teriam tido uma segunda chance.

Nunca saberiam o que aconteceu com ela.

Nunca a reencontrariam.

Ela teria simplesmente desaparecido deste mundo, e da vida deles, para sempre.

Renato se forçou a sair daquele redemoinho sombrio de pensamentos. Precisava respirar, manter a calma.

Mas, inevitavelmente, novas perguntas começaram a surgir em sua mente:

“Como uma criança tão pequena conseguiu escapar das mãos de sequestradores?

Como ela foi parar naquele orfanato?

Qual era o nome do lugar? Ficava mesmo na Cidade A?”

Ele se lembrava claramente: tanto naquela época quanto nos anos seguintes, havia procurado incansavelmente em todos os orfanatos da Cidade A e até nas cidades vizinhas.

E nunca, nunca, encontrara nenhum rastro da irmã.

“Então será que...

Ela teria sido vendida para outra região e, só depois de anos, conseguiu fugir?

E talvez só mais tarde tenha vindo parar na Cidade A?”

E aquelas palavras dela...

“Só venderia o colar em último caso.”

Renato não conseguia tirar isso da cabeça.

“Será que ela tinha passado por alguma situação grave ultimamente?

Algo tão sério a ponto de considerar se desfazer de um objeto com tanto valor sentimental?

Espera... E se...”

Vitória ainda segurava o celular, olhando para a tela em silêncio.

Assim que a chamada terminou, começou a procurar o antigo contato do orfanato onde viveu.

Se era pra assumir o papel, tinha que fazer bem-feito.

Renato vinha claramente de uma família rica.

Não cairia numa conversa simples.

Era necessário ter toda uma história amarrada, convincente, pronta.

Ela não era tola.

Afinal, se fosse, anos atrás não teria conseguido enganar a pequena Beatriz para conseguir aquele colar.

Quando encontrou o número, ligou imediatamente.

Do outro lado da linha, marcou um encontro para aquela mesma tarde.

Tinha que resolver tudo rápido, sem margem para imprevistos.

Com o dinheiro certo, seria fácil trocar os registros do orfanato.

Afinal, naquela época, tudo era feito em papel.

Não havia sistema digital.

Nada era informatizado.

Bastava trocar os nomes nos documentos antigos.

Simples assim.

E com o valor certo, ninguém ali faria perguntas demais.

Além disso...

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle