— Reservei um restaurante que já tem seus anos... Não sei se vai gostar. — Comentou Renato, puxando conversa no caminho.
— Por mim, tudo bem. Não sou muito exigente com comida. — Respondeu Vitória em voz baixa.
Pelo canto dos olhos, Renato lançou um olhar para o banco do passageiro. Viu a garota sentada com postura impecável, as mãos entrelaçadas sobre o colo, um gesto típico de alguém tenso e desconfortável.
Além disso, ela não quis que ele a buscasse no trabalho, preferindo marcar o encontro em um ponto neutro. Um sinal claro de que ainda não confiava totalmente nele.
Renato suspirou por dentro.
“Tudo bem... Ia com calma. Não podia apressar as coisas.”
Chegando ao local, os dois desceram do carro e foram conduzidos para dentro por um garçom.
O restaurante tinha uma decoração tradicional, com um charme antigo e cheio de elegância. Vitória não conseguiu evitar de olhar ao redor com mais atenção.
Era um restaurante de alto padrão, dava para notar só observando os clientes que circulavam pelo salão.
Todos estavam impecavelmente vestidos, e os relógios em seus pulsos… Pelos que ela conseguiu ver, nenhum deles custava menos que sete dígitos.
Realmente, mesmo que ainda não soubesse exatamente qual era o status da família Cardoso na Cidade A, uma coisa era certa: eles tinham um patrimônio e tanto.
Enquanto Vitória observava discretamente o ambiente, Renato, sempre atento aos detalhes, não tirava os olhos dela.
Interpretou sua expressão como nervosismo diante de um cenário com o qual ela não estava acostumada. Sentiu uma pontada de ternura, seguida por uma culpa silenciosa pelas duas décadas em que estiveram separados.
“Ela deve ter passado por muitas dificuldades... Crescer em um orfanato dificilmente proporcionaria algum tipo de conforto.”
— Vamos por aqui. — Disse ele, com a voz suavemente gentil.
Renato estendeu o braço, formando um semicírculo, oferecendo apoio à jovem ao seu lado.
Atencioso e detalhista, Renato perguntou cuidadosamente sobre os gostos de Vitória. Afinal, já tinham se passado vinte anos. Ela cresceu, e era natural que suas preferências tivessem mudado completamente.
Do outro lado da mesa, Vitória tentava lembrar os hábitos alimentares que Beatriz tinha quando criança, os pratos favoritos, as manias, os alimentos que detestava, como coentro e gengibre.
— Coentro até vai... Eu como, mas acho meio fedido. — Disse ela com um tom brincalhão.
— Mas gengibre... Esse eu não consigo mesmo. Se tiver só um gostinho no fundo, ainda dá pra engolir. Mas se eu morder um pedaço... Aí é ânsia de vômito na certa. — Completou, fazendo uma careta bem expressiva.
Enquanto falava, Vitória acompanhava as palavras com gestos e expressões vivas, o que arrancou de Renato um sorriso leve e quase involuntário.
Ela acertava em cheio nas preferências.
Afinal, quando eram pequenos, a irmã dele detectava até o menor pedacinho de gengibre num ravióli... Bastava morder, e pronto: vomitava na hora, sem nem pensar duas vezes.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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