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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 525

— Mesmo assim, podia ter me perguntado. Vai que eu tinha lenço sobrando. — Retrucou Letícia, lançando um olhar divertido para a amiga.

Mas logo percebeu que Beatriz estava distraída, com os olhos voltados para longe.

— Tá procurando alguém?

— Não… — Respondeu Beatriz, desviando o olhar.

Devia ser só mais uma crise da sua síndrome da perseguição”, pensou.

Desde que Gabriel mandara alguém segui-la, tinha ficado com esse tipo de paranoia. Agora, qualquer homem estranho parecia suspeito. Cada olhar, uma ameaça.

Logo Daniel voltou, e os três retornaram à mesa no gramado. O churrasco já estava nos momentos finais, o clima animado, mas Beatriz não bebeu mais. Sentia que já tinha passado do ponto ideal.

Ficou comendo uns pedaços de carne, frutas frescas, e conversando com os dois. O tempo foi passando, as risadas continuaram.

Cerca de meia hora depois, o celular de Letícia apitou com uma notificação de mensagem.

Ela olhou a tela, era do irmão.

Ao ler o conteúdo, teve vontade de gritar em silêncio.

Respondeu com uma mensagem de voz, impaciente:

— Eu não sou mais uma criança, tá? Que que é isso de ficar me vigiando? Já falei que tô jantando com a Beatriz e o Daniel! Não tô fazendo nada demais, pelamor…

A resposta dele veio seca. Uma palavra:

[Localização.]

Letícia ficou um tempo parada, incrédula.

"Sério isso?"

Bufando, mandou a localização. Era melhor isso do que ele ligar feito uma mãe preocupada, perguntando onde ela tava, que roupa tava usando e se já comeu.

Como ele não respondeu mais, ela assumiu que estava satisfeito. Voltou a guardar o celular e seguiu comendo.

Em momento algum passou pela cabeça dela que ele realmente viria até ali buscá-la.

Por isso, quando viu uma figura parada ao lado da mesa, ficou completamente em choque.

O susto se misturou a um tipo estranho de... Surpresa agradável. Uma sensação de ser mimada, ainda que sem entender o porquê.

Ué?! Semana passada ela foi a um coquetel num iate, o irmão estava em casa e nem cogitou buscá-la.

Então por que agora?

Eduardo ignorou a expressão estupefata da irmã e levantou os olhos, fixando o olhar na garota ao lado dela.

— Daniel, eu vou com o Sr. Eduardo. Você sabe quanto tempo o motorista vai demorar?

Daniel sentiu uma pontada amarga no peito, mas respondeu com um sorriso contido:

— Deve chegar em uns dez minutos.

Beatriz assentiu com leveza e acrescentou:

— Obrigada pelo jantar hoje.

— Valeu mesmo, Daniel. — Letícia completou, sorridente, abraçada ao braço de Beatriz.

Daniel manteve o sorriso no rosto e os olhos fixos nas costas dos três enquanto se afastavam rumo ao carro estacionado.

Mas, dentro de si, não conseguia evitar a sensação de que aquilo tinha sido premeditado.

Eduardo fez de propósito.

Fez questão de aparecer, naquele momento exato, só para levar Beatriz.

"Será que ele achava mesmo que eu era algum oportunista barato, pronto para se aproveitar da situação e tirar vantagem de Beatriz?"

E o mais irônico: Daniel sabia que Eduardo não era exatamente o retrato da retidão. Mas, com Letícia presente, pelo menos, Beatriz estaria em boas mãos. Por ora.

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