Entrar Via

Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 535

— Pois é... Achei que o Sr. Gabriel ia me dar uma bronca daquelas. O Rafael também é esperto, nem tocou no assunto. No fim, esse trabalho só tem dor de cabeça, benefício nenhum. — Suspirou Gustavo, desabafando com os colegas.

Era apenas um projetinho da Aurora, pequeno e sem grandes destaques. E, ainda assim, colocaram ele, gerente, para acompanhar pessoalmente.

Normalmente, algo assim nem exigia alguém do nível dele. Bastava um coordenador. Ele só precisaria assinar os papéis no final.

Mas, claro... Essa era uma ordem do Sr. Gabriel. E, quando vinha dele, não bastava ter um gerente presente. O próprio Gabriel também fazia questão de ir.

Gustavo se arrependia profundamente de ter brigado com outros gerentes para pegar esse projeto. Trabalhar direto sob o comando de um superior daquele nível... Era tudo, menos fácil.

— Eu levei o recado. Tentei dissuadir. Mas o Sr. Gabriel nem quis ouvir. Nem que o presidente da república aparecesse, ele mudaria de ideia. — Suspirou novamente, resignado.

Naquele mesmo momento, em um hospital particular...

O mordomo da família Pereira relatava ao patriarca, deitado no leito, tudo o que tinha acabado de saber por telefone. O velho escutava com o rosto impassível, até que soltou um resmungo frio:

— Ele vai… E eu posso fazer o quê? Cresceu, se tornou independente, e nem mesmo eu, que sou avô, consigo mais merecer sua consideração.

Ainda estava furioso desde o dia anterior, quando passou mal de tanta raiva por causa daquele bastardo. E, até agora, não recebera uma ligação sequer, nem mesmo uma simples mensagem.

E ainda queriam que ele se importasse? Com que direito?

Daqui a pouco, esse moleque ia estar querendo subir na cabeça dele e se autoproclamar o patriarca da família!

— Mas, Sr. Henrique… E quanto à Srta. Beatriz? — Perguntou o mordomo, cauteloso.

Henrique permaneceu em silêncio por alguns instantes. Os lábios cerrados.

Era verdade. Ele só havia mandado vigiar Gabriel por causa de Beatriz.

Mas agora, depois de tanta decepção... Não queria mais se meter nos assuntos daquele ingrato. O problema era que Beatriz ainda era responsabilidade dele, ao menos, assim ele sentia.

— Envie seguranças. Mas não para seguir o Gabriel. Coloquem alguém vigiando a Beatriz. E que ele fique longe dela. — Ordenou com frieza.

— Se quiser fazer escândalo, que faça. Se for detido por perseguição, que seja. Proíbam de me informar qualquer coisa a respeito.

— — Ele pode fazer o que quiser, mas depois, se causar confusão e for preso por perseguição ou tiver que chamar a polícia, não me conte nada. Não importa se isso vai ser divulgado ou como ele será tratado. Não é meu problema, não é minha posição que está em jogo. — Finalizou, impiedoso.

O mordomo não disse uma palavra. Apenas assentiu em silêncio, deixou o quarto e passou as ordens aos seguranças. Os antigos guardiões de Gabriel retomariam o trabalho, mas agora... Para proteger Beatriz.

Também avisou discretamente a equipe dela.

E, por fim, enviou uma mensagem direta a Gabriel: uma espécie de lembrete.

Ao ouvir isso, Henrique virou o rosto bruscamente para o outro lado, sem esconder o desprezo.

Como se ele não conhecesse o próprio neto…

“Se não fosse o mordomo fazendo esse meio de campo, acha mesmo que aquele ingrato perguntaria alguma coisa? Só perguntou porque alguém foi soprar no ouvido dele!”

Não precisava. Não queria. A presença daquele moleque só servia pra aumentar a pressão e dar azia. Chegava a sentir o coração apertar só de imaginar.

Ao lado da cama, o mordomo, percebendo que o patriarca não queria mais ouvir, calou-se. E, discretamente, pegou o celular e mandou uma mensagem para Gabriel:

[Por favor, venha ao hospital hoje à noite. Nem que seja só para fazer presença. O Sr. Henrique não diz, mas está esperando.]

Pouco depois, o médico entrou para a visita rotineira. Fez os exames e conferiu os sinais vitais. Depois de terminarem, todos saíram do quarto, deixando Henrique sozinho.

O velho ficou em silêncio, olhando fixamente para o céu limpo pela janela. O azul límpido refletia em seus olhos cansados. Seu semblante, porém, estava apagado, mergulhado em uma melancolia silenciosa.

Perdeu-se nos próprios pensamentos. E, de repente, uma frase voltou à sua mente, algo que André havia dito, não fazia muito tempo:

“Você acha mesmo que o Gabriel não vai te odiar um dia? Ele vai te odiar mais do que odeia a mim.”

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle