Daqui pra frente, é sério: nada de provocar ninguém.
Uma zoeira mal calculada e vinham logo duas bombas, uma irônica da Beatriz, outra na lata da irmã. Dupla fatal.
Perto do fim do expediente, Gabriel se lembrou do recado do mordomo: passar no hospital para visitar o avô.
Mesmo que o velho tivesse passado a tarde inteira detonando ele sem dó.
Na agenda, não havia mais reuniões naquele dia, mas ainda recebeu alguns executivos que vieram atualizar projetos. Naturalmente, notaram o hematoma roxo no rosto do Sr. Gabriel.
Foi o suficiente para alimentar ainda mais os boatos nos corredores. Afinal, quem é esse sujeito capaz de deixar o Sr. Gabriel nesse estado?
A curiosidade sobre a identidade do oponente crescia como fogo em mato seco.
No hospital, o mordomo já o esperava na recepção do andar de internação. Ao vê-lo de perto, levou um susto com o estrago.
— Sr. Gabriel, meu Deus! Que ferimento é esse? Foi o Sr. Renato que fez isso? — Perguntou, cheio de preocupação.
— Sim. — Gabriel assentiu com um leve resmungo.
— Venha, vou levá-lo ao ambulatório pra pegar um remédio. Por que não avisou antes? O Rafael aplicou gelo a tempo?
— Aplicou sim. Não foi nada demais. Vim ver o vovô. — Respondeu, sem se abalar.
“Foram só uns socos... Nada pra tanto drama.”
Mesmo assim, o mordomo seguiu apressado em busca de um médico para receitar pomada anti-inflamatória e algo pra ajudar com os hematomas.
Gabriel seguiu até o quarto. Bateu levemente à porta antes de entrar. O velho Henrique, deitado, assistia a algo no tablet, e só ergueu os olhos o suficiente para reconhecer o neto antes de voltar a atenção à tela.
— Já tá velho demais pra viver grudado nesse troço. Vai acabar ficando cego. — Alfinetou Gabriel.
— Se não sabe o que falar, melhor usar essa boca só pra comer. — Retrucou o velho, bufando e largando o tablet de lado.
Ao olhar de novo para o neto, desta vez notou claramente os hematomas no rosto dele. Franziu ligeiramente o cenho, mas o comentário que saiu foi:
— E aí? Brigou com o Renato? E como ele ficou? Se você passou do ponto, é bom ir pedir desculpas.
Sr. Henrique conhecia muito bem o próprio neto, Gabriel treinava Boxe desde pequeno. Ele sabia da força do rapaz.
— Ele te bateu sozinho? E você, não revidou?
— Claro que reagi! Mas ele defendeu tudo! — Gabriel rebateu, frustrado.
O velho ficou em silêncio por um instante. Depois, avaliou com frieza:
— Então quer dizer que ele tem bons reflexos... Se até você, com seu treino, não conseguiu acertá-lo, é porque o cara é forte mesmo.
— Ele mexe com armas no exterior, avô! Armas de verdade! Comércio internacional! Eu fui com as mãos limpas! Quer comparar?
Sr. Henrique não respondeu de imediato. Pensava nos relatórios que já tinha lido sobre Renato, o império que vinha construindo no setor de defesa, as exportações para diversos países...
Sim, não era qualquer um.
O vídeo da briga, que tinha recebido à tarde, ele só assistiu por cima, viu que os dois estavam se enfrentando e quis confirmar a identidade do tal desafeto.
— Ele sabe se controlar. Te deu dois socos e parou por aí. — Disse o Sr. Henrique, com um tom calmo. — E convenhamos, quem mandou você se enrolar com a Vitória desde o começo? Era uma fofoca atrás da outra, presente pra cá, escândalo pra lá... O pessoal do setor de imagem nem sabe mais como abafar suas notícias.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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