[O Sr. Eduardo gosta mesmo é de humilhar as pessoas e depois vir com presentes, né? Deve achar que, por eu ser de origem simples, isso é uma forma de caridade. Fico muito agradecida.]
[Mas eu não quero ficar milionária desse jeito. Prefiro conquistar tudo com meu próprio esforço.]
As duas mensagens foram enviadas com sucesso. E, como ela já esperava, do outro lado veio... O silêncio.
Beatriz encarava a tela, onde aparecia o clássico “digitando...”. Ficou assim por vários segundos, até que finalmente surgiu a resposta, seca, sem graça:
[Não foi isso que eu quis dizer...]
Beatriz não respondeu mais.
Virou-se para o secretário e disse, com firmeza:
— Pode levar de volta. Já falei com o Sr. Eduardo.
O assistente assentiu com um discreto “obrigado” e viu Beatriz se afastar pelo corredor. Assim que ela entrou no elevador, ele pegou o celular e avisou Eduardo:
[Ela não quis aceitar.]
A resposta veio logo:
[Dê para a Letícia.]
Naquele exato momento, Letícia estava olhando para as capturas de tela que Beatriz havia acabado de lhe mandar e quase caiu da cadeira de tanto rir.
Ela mandou um áudio, ainda às gargalhadas:
— Meu Deus do céu! Quem diria que você tinha esse lado ácido e debochado, hein? Sempre tão quietinha perto do meu irmão... Eu jurava que morria de medo dele!
Beatriz respondeu por texto:
[Antes eu me calava por causa da hierarquia, do cargo dele e da relação cliente-fornecedor. Mas depois percebi que isso só fazia ele me achar mais fácil de manipular.]
“Além do mais, nessa história toda, eu sou a parte prejudicada. Quem devia sentir culpa e pedir desculpas é ele, não eu.”
Chega de se humilhar.
Ela já estava decidida a pedir demissão da Aurora. E, em breve, sairia do país.
E depois disso? Nunca mais teria qualquer ligação com Eduardo.
Esse pensamento a fez sentir ainda mais segura. Era como se estivesse, finalmente, retomando o controle.
Letícia, claro, não deixou barato e foi direto ao ponto:
— E aí? Ele te aprontou o quê no almoço? Você ainda nem me contou!
Beatriz começou a digitar... E mandou junto a captura de tela da última conversa.
Letícia olhou... E mandou a única resposta possível:
[Bem-feito.]
Se ela não soubesse que esse era exatamente o celular que Beatriz tinha recusado, até acreditaria.
[Deixa na minha mesa. Amanhã pego.]
Respondeu Letícia, com tranquilidade.
Em seguida, abriu a conversa com o irmão e mandou, cheia de ironia:
[Desde quando eu sou estação de reciclagem? Agora virou moda me mandar o que os outros não querem?]
Demorou uns dez minutos, mas Eduardo respondeu:
[Se não quiser, tudo bem. Peço pra levarem de volta.]
Letícia não deixou nem esfriar:
[Ei! Eu quero sim! Dá certinho pra usar no dia a dia. Melhor que ficar carregando câmera por aí, né?]
Mal tinha se preparado pra dar uma zoada básica na irmã, tipo "olha só quem tá fazendo drama" e aí, do nada, recebeu uma resposta atravessada:
[Também não sei quem tentou fazer gracinha e acabou se entregando todinho, depois ainda teve que implorar por perdão e mesmo assim ficou no vácuo. No fim, engoliu tudo calado.]
Eduardo ficou sem palvras...
“Sério mesmo? Beatriz e minha irmã são tipo siamesas agora? Até essas coisinhas privadas precisam ser compartilhadas? Zero privacidade, absolutamente nada!”

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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