Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 622

Uma ideia surgiu de repente: se não fosse reclamar agora, quando seria a hora certa?

— Sr. Henrique... — Letícia parou os passos, virou-se para o ancião deitado na cama e falou com voz frágil, carregada de súplica. — Posso vir todos os dias visitar a Bia? E... Será que eu poderia ficar mais tempo com ela a cada visita?

O Sr. Henrique respondeu sem pensar duas vezes:

— Mas é claro. Venha quando quiser, fique o quanto desejar. Ninguém vai impedir você.

Letícia não respondeu de imediato. Apenas virou-se lentamente para encarar o “guarda de porta de cara fechada” que estava na entrada.

O olhar do Sr. Henrique acompanhou o dela e, num instante, ele entendeu o que a jovem queria dizer.

— Gabriel, o que está acontecendo? Está impedindo a Letícia de ver a Bia? — A voz do ancião soou severa.

Apontado diretamente, Gabriel bufou:

— Eu não fiz isso. — Respondeu, cerrando os dentes, olhando furioso para aquela mulher cheia de artimanhas.

Letícia, no entanto, não perdeu a chance:

— Ontem mesmo você mandou os seguranças me expulsarem. Hoje, quando apareci, disse que eu era como uma mosca grudada. — Falou em tom de queixa e fragilidade, mas o rosto voltado para o ancião mostrava apenas mágoa; já o lado oculto trazia uma sobrancelha arqueada em desafio.

O punho de Gabriel se fechou com força. Aquela mulher fazia de tudo para colocá-lo em maus lençóis. Estava à beira de perder a paciência e expulsá-la dali naquele instante.

Era insuportável. Letícia, igualzinho ao irmão dela, não prestava!

— Gabriel! Você não tem educação, é isso? Como ousa tratar uma convidada dessa maneira?!

Como esperado, a bronca do avô ecoou segundos depois.

— Eu não fiz isso! Ontem a pessoa que mandei sair não foi ela. — Gabriel se defendeu, olhando fixo para o velho.

— Não foi a Letícia? Então quem foi? — A voz do Sr. Henrique veio carregada de autoridade.

— Foi o Eduardo. — Respondeu Gabriel.

— Meu irmão só veio ajudar. Quando soube do que aconteceu com a Bia, passou aqui no caminho de volta do trabalho para ver como ela estava. — Explicou Letícia, interrompendo.

— Srta. Letícia, não queria ver a Beatriz? Pois venha, eu mesmo vou lhe mostrar o caminho.

Ela soltou um leve “hm” pelo nariz e saiu caminhando com altivez.

Assim que atravessou a porta, Gabriel a fechou rapidamente e, com voz baixa e carregada de raiva, sibilou:

— Letícia, eu aconselho você a não ultrapassar os limites!

— Ora, Sr. Gabriel... Não acabou de me chamar de mosca? Pois bem, como eu poderia me comparar a um pedaço de merda como você? — Ironizou

Letícia, sorrindo com sarcasmo.

— Você...! — Gabriel estava prestes a explodir de raiva.

Mas aquele era um hospital, e seu avô estava logo no quarto atrás. Qualquer palavra mais alta e Letícia teria mais munição para acusá-lo. Só lhe restava engolir a raiva.

— Termine sua visita e vá embora logo. Você não é bem-vinda aqui. — Disse ele, de cara fechada.