Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 63

Mas ele não ouviu a voz familiar. O que soou foi uma mensagem automática:

— Desculpe, o número que você ligou está temporariamente indisponível. Por favor, tente novamente mais tarde.

Gabriel ficou surpreso por um instante. Indisponível?

Desligou e ligou de novo. Várias vezes. Sempre a mesma mensagem.

De repente, uma raiva intensa tomou conta de seu peito.

Antes, pelo menos, o telefone chamava e ela apenas não atendia. Agora... Indisponível? Ela o tinha bloqueado?

Gabriel cerrou os punhos, riu com desprezo e murmurou, furioso:

— Muito bem, Beatriz. Eu te dei uma chance de sair por cima... E você me responde assim? Quer que eu vá até o hospital atrás de você? Só pode estar sonhando!

O vazamento de gás já fazia quatro dias. Ele sequer tinha gritado com ela. Até mandou Vitória sair de casa. E Beatriz?

Nem um “obrigada”. Nenhuma demonstração de gratidão. Pelo contrário, estava com o gênio cada vez pior. E agora... Bloqueava o número dele?

Gabriel estava furioso. Tinha certeza de que a estava mimando demais. Antes, bastava ele dizer uma palavra, e ela jamais ousava desobedecer. Sempre humilde, submissa.

E agora? Nem atendia mais o telefone.

Se ela bloqueou, então pronto.

Ele também não ia mandar mensagem.

Se fizesse isso, ele mesmo se sentiria... Patético.

Como se estivesse implorando. Correndo atrás dela. Como um cão atrás da dona.

Na parada de ônibus, ao lado de uma rua movimentada...

Letícia apareceu e, à distância, viu a silhueta magra de uma garota. Reconheceu imediatamente. Aproximou-se, sorrindo:

— Bia!

Beatriz se virou, ligeiramente surpresa. Ao ver quem era, abriu um sorriso suave, mas logo percebeu que a amiga tinha parado, paralisada, olhando para ela com um ar confuso.

Beatriz inclinou a cabeça, intrigada.

“Será que Letícia não me reconheceu depois de dois anos?”

— Me conta a verdade... Você passou por alguma coisa lá fora? Foi sequestrada? Vendida como escrava? Ou caiu num esquema de golpe e quase morreu para conseguir sair de lá?! — Letícia perguntava, cada vez mais dramática.

Beatriz não conseguiu segurar um sorriso diante das teorias absurdas da amiga.

— Se fosse isso, você não acha que nesses dois anos teria recebido pelo menos uma ligação de golpe no meu nome? — Respondeu ela, com um toque de humor.

— Eu estou falando sério, tá? — Letícia insistiu, com o rosto agora sério.

— Eu sei. Obrigada por se preocupar. — Disse Beatriz, com um leve sorriso. — Eu não passei por nada assim, só... Enxerguei a vida de outro jeito. Quando a gente muda por dentro, o corpo acompanha. Faz parte.

Letícia continuava meio desconfiada, mas vendo que a amiga estava inteira, com os dois braços, duas pernas, respirou aliviada e, de repente, a puxou para um abraço apertado.

— Ai! — Beatriz soltou um leve suspiro de dor, puxando o ar.

Letícia se afastou imediatamente, assustada:

— O que foi?! Te apertei demais? Você tá mesmo com uma cara abatida...

— Tá tudo bem. — Respondeu Beatriz, suavemente. — Caí feio há alguns dias. Seu abraço só puxou um pouco o machucado.

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