Letícia quis ver o machucado, mas Beatriz a impediu, dizendo que já estava quase curado, que não era nada sério.
A amiga então a abraçou de novo, dessa vez com mais delicadeza.
— Desculpa mesmo. Eu não sabia que você estava machucada... É que fiquei tão feliz de te ver depois de dois anos, me empolguei demais. — Disse Letícia, arrependida.
— A culpa foi minha, devia ter te contado antes. Não queria te preocupar. Eu também estava morrendo de saudade de você. — Respondeu Beatriz, com sinceridade.
Depois do reencontro emocionado, as duas seguiram de braços dados, caminhando pela rua de lojas, rindo e conversando.
Beatriz queria comprar roupas novas, e Letícia estava ali para ajudar nas escolhas. Juntas, montaram várias combinações com um ar mais formal, perfeitas para o ambiente de trabalho.
— Pega também umas peças mais casuais, com um toque leve, fresco... Combina muito com você. — Sugeriu Letícia, escolhendo um vestido e entregando para ela.
Beatriz olhou os modelos, todos diferentes do que costumava usar. Nos últimos dois anos, vivendo como uma empregada, quase não se arrumava. Seu dia a dia era feito de camisetas simples e calças compridas.
No começo do casamento, ela até tentou se vestir bem. Queria mostrar seu lado mais bonito para Gabriel. Lembrava até hoje do dia em que usou um vestido florido, branco, com um ar juvenil e delicado.
E o que ele disse?
“Tá vestida igual uma qualquer da rua. Tá se oferecendo para quem? Ridícula.”
Beatriz nunca esqueceu. Aquele vestido ainda estava vivo na memória.
Não era nada provocante. Era só um vestido simples, de flores pequenas. Ela não entendia o que havia de errado... Como aquilo podia parecer vulgar?
Naquela noite, chorou em silêncio. Depois, jogou fora todos os vestidos que tinha.
Dois anos se passaram.
Hoje, ela entendia, o vestido não tinha nada de errado. Ela não tinha nada de errado.
Gabriel apenas a odiava. E queria machucá-la da pior forma possível.
— Tá aí pensando em quê? — Perguntou Letícia, trazendo Beatriz de volta à realidade.
Ela pegou o vestido das mãos da amiga, forçou um sorriso leve e respondeu:
— Nada... Eu gostei de todos.
— Não... Eu tropecei. Foi acidente. Ninguém me empurrou. — Respondeu ela, baixando os olhos.
Letícia a olhava com desconfiança, claramente não acreditando em nenhuma palavra.
— Bia, não mente para mim. Foram quatro anos dividindo quarto com você. Eu conheço cada gesto teu. Se fosse só uma nova visão da vida, você teria um brilho leve, uma liberdade no olhar. Mas você... Desculpa o que vou dizer, mas seus olhos tão como os de quem perdeu tudo: pai, mãe, marido e filho. E ainda faliu na mesma semana.
Beatriz congelou. As palavras da amiga entraram como facas, não pela grosseria, mas pela precisão.
Ela abaixou levemente a cabeça, sem conseguir reagir por alguns segundos.
— O que aconteceu com você? Se tá passando por alguma coisa, me conta. Eu vou te ajudar. — Letícia insistiu, com doçura.
— Eu já resolvi... — Disse Beatriz, em voz baixa. — Mas o que exatamente aconteceu... Letícia, me dá só um tempo, por favor. Ainda não tô pronta para falar sobre isso. Um dia eu te conto tudo, eu prometo. — Completou, com um tom que soava como um pedido de socorro.
Letícia olhou para ela em silêncio.
“O que poderia ter sido tão devastador assim, a ponto de deixar Beatriz nesse estado? E por que ela ainda fugia da própria verdade...”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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