Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 668

A verdade é que nem o próprio Leonardo saberia dizer quantas mulheres tinha realmente namorado.

Se descontasse os casos de um mês, ou até de uma semana, o número, no fim, não era assim tão grande... Certo?

— O Leonardo é charmoso, talentoso, elegante e ainda por cima atencioso. Poucas garotas seriam capazes de resistir ao seu encanto. — Disse Letícia de repente, com uma expressão tão sincera que o deixou sem reação.

Leonardo a fitou, surpreso. Receber um elogio tão direto e verdadeiro da Lelê o fez até corar de leve.

— Ah, nada demais. Não dê ouvidos ao que seu irmão fala, ele exagera muito. — Respondeu, sorrindo, um tanto encabulado.

Letícia também sorriu suavemente, mas por dentro pensava:

“Exagero? Onde? Se meu irmão disse que já daria para montar um time de futebol, na verdade estava até sendo contido...”

Do outro lado da mesa, Eduardo observava os dois trocando elogios, conversando de forma tão natural e harmônica que começou a se perguntar:

“Será que eu estava enganado? Talvez não haja nada de estranho aqui...”

A chegada dos pratos interrompeu o fluxo da conversa.

Enquanto comiam, Leonardo mostrou-se especialmente atencioso, chegando a ser mais cuidadoso do que o próprio irmão de Letícia. Cada gesto era de cavalheirismo.

Letícia, por sua vez, respondia com agradecimentos doces e um sorriso delicado, o que só fazia Leonardo redobrar a cortesia e o entusiasmo.

Eduardo, entre uma garfada e outra, lançava olhares desconfiados.

Se não soubesse que Leonardo sempre tratara Letícia como ele próprio a tratava, teria certeza de que o amigo estava tentando conquistá-la.

E as conversas fluíam cada vez mais animadas. Leonardo não poupava adjetivos para descrevê-la: elegante, inteligente, bela, de temperamento gentil e postura impecável.

Eduardo desviou o olhar para a irmã. Justo nesse momento, Letícia erguia a taça de vinho. Ao perceber o olhar dele, encontrou uma expressão sarcástica, como quem dizia: “Você está se fazendo de santinha, né?”

Sem alterar a expressão, Letícia o chutou discretamente por baixo da mesa, num aviso claro: “Nem pense em me desmascarar.”

O jantar se prolongou por duas horas. Durante todo esse tempo, Letícia conversou com habilidade, manteve a atmosfera leve, distribuiu simpatia e construiu sua imagem de forma impecável.

Leonardo sentiu que o tempo havia passado rápido demais. Fazia muito tempo que não experimentava aquela sensação de leve nostalgia misturada a um gosto de quero mais.

Durante o trajeto, com o vento da noite entrando pela janela, ainda remoía pensamentos:

“Tinha imaginado que aquele jantar seria uma tortura de constrangimento, sem saber como agir diante de Letícia. Mas o resultado... Fora surpreendente. Muito melhor do que esperava.

Chegara a achar o tempo curto demais, já desejando o próximo encontro. Até mesmo o desconforto daquela noite no cruzeiro parecia ter se dissipado, dando lugar a uma naturalidade inesperada.

Agora, já podia encarar Letícia com tranquilidade... E até marcar uma nova saída.”

Leonardo estava de excelente humor.

Enquanto isso, em outra estrada, Eduardo comentou de forma casual:

— Você e o Leonardo conversaram animadamente. Eu até pensei que houvesse algum atrito entre vocês dois.

— Atrito? Nenhum. — Respondeu Letícia.

— Ué, mas no começo você não queria vê-lo. E depois, quando ele falava de você, eu percebia um jeito estranho no olhar dele... — Acrescentou Eduardo.