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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 667

Do outro lado da mesa, Letícia percebeu perfeitamente aqueles três ou quatro segundos em que Leonardo a fitou fixamente. Sabia que ele, sem dúvida, sentia algo por ela.

Desde que decidira se vingar, havia estudado bastante as garotas com quem Leonardo já se envolvera. Analisara padrões, identificara o que ele gostava... E então moldara seu próprio comportamento, chegando ao ponto de treinar até o sorriso diante do espelho.

— Que tal pedirmos duas sobremesas? — Sugeriu Leonardo, sorrindo. — Lembro que, no colégio, a Lelê adorava doces. Mas seu irmão vivia pegando no seu pé por causa disso.

— Ainda lembra... — Respondeu Letícia com um sorriso tímido.

— É claro! Sobre você, eu me lembro de tudo. — Devolveu ele, com a naturalidade de um conquistador nato.

Por fora, Letícia manteve a expressão gentil, por dentro, revirou os olhos.

“Olha só...Frases prontas de sedutor, ditas com tanta emoção que quase parecem sinceras.”

— Naquela época, ela vivia cheia de espinhas. E doce só piorava. — Cortou Eduardo, direto.

No fundo, fazia isso pelo bem da irmã: menos açúcar significava menos problemas. Mas, na boca de Leonardo, aquilo se transformava em rigidez excessiva.

— Hoje ela já passou da adolescência. Não vai mais controlar assim, vai? — Retrucou Leonardo. — Aliás, outro dia, conversando com a Lelê, ela me disse que você ainda confere até o horário em que ela chega em casa.

Eduardo lançou um olhar de soslaio para a irmã. Letícia desviou rapidamente o rosto, fingindo não ouvir.

Não era mentira... Na última vez que quis passar a noite na casa da Beatriz, o irmão a interrogou por longos minutos, como se tivesse certeza de que ela ia sair para aprontar.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ela ainda não é casada. Se chega tarde demais, é claro que eu tenho que perguntar onde estava. — Rebateu Eduardo.

Leonardo ouviu e, ao perceber o tom protetor e firme do amigo, confirmou em pensamento: “Não resta dúvida, o Eduardo é mesmo um irmão superprotetor”.

No fundo, concluiu que o futuro esposo da irmã teria de passar pelo filtro rigoroso de Eduardo. Se não conseguisse a aprovação dele, que nem sonhasse em entrar pela porta da família Martins.

Esse pensamento lhe arrancou um riso breve, quase involuntário.

“E, afinal, o que isso tem a ver comigo?

Eduardo não deu importância, achando que o outro exagerava.

— Esse é seu problema, Eduardo. Você é direto demais. Para perceber a beleza, tem que reparar nos gestos, nos detalhes. — Insistiu Leonardo.

Eduardo arqueou a sobrancelha e retrucou:

— Nisso, realmente não posso competir com você. Mulheres ao seu redor têm tantas que dariam para montar um time de futebol. Natural que seja mais observador.

Leonardo ficou sem palavras...

Quase no mesmo instante, virou o rosto em direção à garota ao lado, entre o espanto e o embaraço. Era verdade que tivera namoradas, mas precisava mesmo Eduardo frisar a quantidade?

Soava como se fosse um conquistador barato, um mulherengo incurável... Justo na frente da Lelê, arruinando sua imagem.

— Cof, cof... Você exagera. Não foram tantas assim... — Tentou se justificar, mas a voz soou fraca, sem convicção.

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