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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 669

— Imagina, você que está viajando, mano. — Retrucou Letícia, séria.

— Já vi muita mulher ser dramática, mas você, um homem feito, pensar tanto assim... — Completou, balançando a cabeça.

Se não fosse porque se tratava da própria irmã e do melhor amigo, não estaria nem prestando tanta atenção.

— O Leonardo é como um irmão para você. Trate-o normalmente, sem precisar se conter ou ficar tensa. — Aconselhou Eduardo.

— Eu me comportei de forma estranha? — Letícia virou-se, desafiadora.

— Sua voz estava até mais aguda do que o normal. Isso parece natural pra você? — Retrucou ele.

“Sério? Foi tão óbvio assim? Minha atuação está tão ruim? Será que o Leonardo também percebeu?”

— Não exagera. Se eu estivesse realmente nervosa, nem teria conseguido falar nada. — Rebateu, orgulhosa, sem admitir.

Eduardo não respondeu mais nada. Nesse meio-tempo, já tinham chegado em casa. Cada um subiu para seu quarto.

Priscila ainda estava acordada. Segurava o celular, lendo a mensagem enviada pelo motorista sobre os passos do filho naquela tarde.

De fato, ele tinha se encontrado com Leonardo. Mas, no relatório, havia também três horas passadas no hospital.

E, quando saiu de lá, estava acompanhado de Letícia.

Isso era suficiente para concluir: Beatriz estava internada naquele hospital.

Priscila franziu levemente os lábios, refletindo.

Não era paranoia, era instinto de mãe.

Ela conhecia bem o filho. Quando, em toda a sua vida, ele demonstrara interesse em se aproximar de outra mulher?

Nem mesmo no exterior isso acontecera.

E agora... Era diferente.

E, para piorar, Beatriz não era uma desconhecida qualquer, mas amiga de Letícia.

Não havia motivo algum para Eduardo passar três horas seguidas ao lado dela em um quarto de hospital.

Uma mãe sempre pensa no futuro dos filhos. O dela não seria exceção: qualquer ameaça precisava ser sufocada ainda no berço.

A futura senhora da família Martins teria que trazer peso e respaldo ao nome do filho.

Beatriz? Ex-esposa de Gabriel.

Vitória? Amante de Gabriel.

Renato jamais permitiria que ela sofresse um arranhão sequer.

Em termos de poder e patrimônio, não tinha a menor chance contra Renato.

Mesmo em uma briga corpo a corpo, já tinha provado a derrota.

E quando se tratava de proteger Beatriz... Até nisso precisara da intervenção do avô, porque a família Cardoso não lhe concedia o mínimo respeito.

Levantando outra garrafa, bebeu mais uma vez no gargalo. O líquido escorria pelo queixo, manchava-lhe a camisa, mas ele continuava.

Foram várias garrafas, mas sua mente permanecia clara, lúcida, cruelmente consciente.

Ele não tinha força. Não tinha poder.

Não conseguia proteger a mulher que amava.

Não podia vingar suas dores.

Não passava de um inútil. Um covarde.

Sua existência só trazia mais feridas para Beatriz, mais sofrimento, mais tormento.

Gabriel tombou no chão, enquanto em sua mente ecoava a voz fria e serena de Beatriz, naquela tarde no quarto do hospital: estava disposta a pagar centenas de bilhões apenas para que ele ficasse longe dela... Para sempre.

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