Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 673

— Não. — Respondeu Beatriz. — Eu acredito que cumprirá o que prometeu. Desde que minha segurança esteja garantida, não tenho mais nenhuma exigência.

Ao ouvir isso, Renato ficou em silêncio por alguns segundos.

Não esperava que Beatriz fosse tão... Fácil de lidar.

Ela aceitara apenas aquele valor? Mas aquilo não passava de uma indenização básica. Ele lhe dera a liberdade de impor qualquer condição e, ainda assim, ela não pediu nada.

Talvez sua única preocupação fosse, de fato, a própria segurança. E, por consequência, que ele mantivesse Vitória sob controle.

Mas isso não era uma condição, era apenas sua obrigação.

— Pense mais um pouco. Até a assinatura do contrato oficial de compensação, pode acrescentar o que quiser. — Disse, antes de encerrar a ligação.

No quarto, Beatriz permaneceu ouvindo as últimas palavras dele. Seus lábios se comprimiram suavemente.

A voz do homem, firme e neutra, não transmitia nem frieza opressiva nem tom de ameaça.

A família Cardoso, no fim das contas, mostrava-se razoável.

— Srta. Beatriz, a posição do Sr. Renato é muito clara. — Disse a secretária, estendendo-lhe um cartão de visitas. — Aqui estão meus contatos. Pode me procurar a qualquer momento.

Letícia pegou o cartão por ela. Em seguida, trataram de combinar a data para a assinatura do contrato oficial, com a presença de advogados e testemunhas.

O encontro durou cerca de quarenta minutos, até a saída da secretária.

Quando ficaram a sós, Letícia virou-se para a amiga e comentou.

— Bia, você realmente não vai acrescentar nada? Olha, Renato é riquíssimo. Não tem por que deixar isso passar. Além do mais, foi a Vitória quem te atacou de propósito várias vezes. Se você pedisse até mesmo uma empresa inteira, ele te daria.

Beatriz ergueu o rosto, sorrindo de leve.

— Mas eu não saberia administrar uma empresa.

— Controlar Vitória de fato é uma grande dificuldade... — Murmurou Letícia, franzindo o cenho, quase pensando alto.

Ela também percebia o risco. Ainda que Renato prometesse levá-la para fora do país, e se mudasse de ideia?

O futuro era incerto, e aquilo dizia respeito à vida de Beatriz. Não podia ser tratado com leviandade.

— Vou conversar com meu irmão sobre isso. Temos tempo. Ontem você acabou de acordar, não se desgaste pensando demais. — Disse, pousando a mão sobre o ombro da amiga.

— Obrigada, Letícia. — Respondeu Beatriz, com sincera gratidão.

A outra sorriu.

— Ora, não tem de quê. Somos amigas, afinal. — Ela riu, lembrando-se. — Quando foi minha vez, você também se arriscou por mim. Uma aluna exemplar, sempre correta, que nunca havia se metido em briga...

Se não fosse por isso, Beatriz não teria acabado tão machucada. E entrar nesse tipo de confusão não lhe trouxe benefício algum, só prejuízos: arruinara sua avaliação escolar e quase custara a bolsa de estudos.