Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 688

Depois de uns dez segundos de toque, a ligação finalmente foi atendida. Vitória, em voz baixa, perguntou:

— E então, como está?

Do outro lado, Vinícius parecia hesitante. Não tinha coragem de revelar a verdade, com medo de que a contratante trocasse de executor e eles perdessem o pagamento. Por isso respondeu:

— Eu e meu parceiro já estamos de vigia na frente do hospital. Só que é um hospital particular, os corredores da ala de internação têm seguranças de plantão. Não é fácil agir diretamente.

Ao ouvir aquilo, Vitória perdeu a paciência e rebateu com aspereza:

— Então me dá uma resposta clara! Qual é o plano? Quando vão agir? Vão ficar de tocaia a vida inteira? Estou avisando: meu tempo é limitado e isso tem que dar certo!

Diante da pressão da cliente, Vinícius respondeu:

— Mais cedo ou mais tarde ela vai ter alta. No momento em que sair pela porta do hospital, vamos atropelá-la. Enquanto ainda estiver internada, nosso plano é nos disfarçar de faxineiros e subir, tentar uma oportunidade. Não se preocupe, por enquanto só temos armas brancas, mas já estamos providenciando armas de fogo. Quando tivermos, tudo fica mais fácil.

Ao escutar a explicação, a irritação de Vitória deu lugar a uma frieza sombria.

— Quero ação rápida. Não me decepcionem de novo. — Disse, em tom gelado.

— Sim, senhora. — Respondeu Vinícius.

A ligação foi encerrada. Vitória retirou o chip do celular e o guardou na bolsa.

Depois vestiu a nova roupa e saiu do provador, girando diante do espelho para se admirar.

A vendedora logo se aproximou com entusiasmo para ajudá-la a escolher mais peças. Vitória conversava animada, rindo com naturalidade, enquanto o segurança designado por Renato para acompanhá-la carregava as sacolas e a esperava pacientemente na porta.

Naquele momento, na diagonal da loja.

Dois homens à paisana bebiam refrigerante, fingindo conversar, enquanto usavam discretamente fones de ouvido.

— A movimentação dela não tem nada de anormal. Saiu direto do hotel para o shopping, entrou em uma loja e ficou comprando roupas. Como não temos policiais femininas, não conseguimos entrar no provador. — Relatou um deles em voz baixa, transmitindo as informações.

Gabriel passara o dia inteiro atolado de trabalho. Entre relatórios e reuniões, não tivera sequer tempo de beber um café em paz, muito menos de tirar um descanso após o almoço.

Agora, finalmente, o cansaço o dominava. Uma dor intensa latejava em sua têmpora, obrigando-o a massagear a região com os dedos.

Rafael entrou com uma pasta de documentos. Ao vê-lo, perguntou com preocupação:

— Sr. Gabriel, está com dor de cabeça? Quer que eu chame um médico?

— Não é necessário. — Respondeu Gabriel, seco. — Alguma novidade da polícia?

— Ainda não, mas continuo acompanhando de perto. Assim que houver progresso, aviso de imediato. — Disse Rafael.

Gabriel franziu a testa.

— Como pode ser que, depois de tantos dias, ainda não tenham capturado essa mulher? Será que a polícia está empregando poucos recursos?