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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 735

No Grupo Pereira, no escritório da presidência...

Gabriel segurava uma xícara de café diante da janela, olhando para a paisagem lá fora. O olhar estava vazio, perdido em pensamentos que ninguém mais podia adivinhar.

Rafael entrou na sala, observou a silhueta do chefe e disse:

— Sr. Gabriel, o senhor tem se esforçado demais esses dias. Precisa equilibrar trabalho e descanso.

Desde a quinta-feira passada, Gabriel não voltava para casa. Dormia apenas na sala de repouso da empresa.

Nem mesmo no fim de semana parou: encontrava outros executivos, jogava golfe com eles e discutia projetos ao mesmo tempo.

Rafael tinha a impressão de que o chefe realmente havia mudado, mas não sabia explicar exatamente em quê.

Gabriel permaneceu em silêncio diante do comentário, sem se virar. Ficou ali, absorto, por mais alguns instantes antes de perguntar:

— No condomínio onde Beatriz mora... Houve alguma movimentação suspeita nos últimos dias?

— Nenhuma. A equipe de segurança faz vigilância e patrulha vinte e quatro horas. Não houve nenhuma invasão suspeita. — Respondeu Rafael.

Gabriel apertou os lábios, satisfeito com a resposta, e voltou a perguntar:

— E a Beatriz... Não notou nada estranho, certo? Mantenha todos atentos.

Se ela descobrisse, com certeza pensaria que ele estava mandando vigiá-la. E isso só faria crescer o desgosto que sentia por ele.

Mas, naquele momento, tudo o que Gabriel queria era vê-la segura, ainda que de longe.

Saber que respiravam sob o mesmo céu, que ela permanecia na Cidade A, dentro de seu alcance... Já era suficiente.

Ele até havia temido que Beatriz fosse para o exterior. Mas, segundo o relatório de Rafael, ela tinha voltado a trabalhar na Aurora. Isso significava que, por ora, não sairia da cidade.

— A Srta. Beatriz não percebeu nada, Sr. Gabriel. O senhor não precisa se preocupar. — Disse Rafael.

Depois de falar, olhou novamente para o chefe e, sem conseguir segurar a curiosidade, perguntou:

— O senhor... Não vai procurar a Srta. Beatriz?

Ele acreditava que a compra daquela empresa de gestão predial fosse justamente para facilitar o acesso de Gabriel a ela. No entanto, nesses dias todos, o chefe não deu sequer um passo em direção a Beatriz. Fora das reuniões e negociações, não saía do escritório.

Suspirando em silêncio, Rafael afastou as especulações e voltou a cuidar das tarefas que tinha.

A semana passou depressa, e num piscar de olhos já era quinta-feira.

O tornozelo de Letícia estava praticamente recuperado. Por isso, dispensou o motorista e voltou a acompanhar Beatriz pessoalmente no trajeto de ida e volta do trabalho.

Perto da hora de saída, Letícia já estava pronta para ir embora quando recebeu uma mensagem do irmão.

Ao ler, seu rosto ficou inexpressivo. A reação foi imediata: recusar.

Mais um encontro arranjado.

Ela já tinha perdido a conta de quantos homens conhecera e não lembrava nem dos rostos deles.

Estava prestes a enviar a recusa, digitando apenas um “não”, quando a resposta do irmão surgiu na tela em questão de segundos:

[Então quer dizer que prefere tentar de novo com o Renato? Mamãe ainda não desistiu dele. No sábado passado, de madrugada, veio toda animada me perguntar se vocês estavam saindo juntos.]

Diante da escolha entre reencontrar Renato ou conhecer mais um desconhecido em um encontro às cegas, Letícia não teve dúvidas: optou pelo segundo.

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