Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 782

— Meu projeto foi preparado durante um mês inteiro. Todas as noites, depois do expediente, eu continuava revisando em casa, além de ter pesquisado mais de cem casos de referência. Esse resultado foi fruto do meu esforço. E, ainda assim, na boca de vocês, virou como se eu tivesse apenas colhido os louros sem fazer nada. Vocês dizem que alguém fez por mim… Cadê as provas? Não têm nenhuma! É fácil jogar palavras ao vento, difamar não custa nada, não é? — Disse Beatriz.

Ela falava em tom controlado, mas a fúria era evidente. Por um instante, nenhuma das colegas ousou retrucar.

— Desde o início deixei claro: com o Sr. Daniel, só tive relação de colegas de faculdade. E com o Sr. Gabriel, já estou divorciada há tempos. Nunca precisei me apoiar em homem nenhum para subir na carreira. Querem saber de onde veio o cartão do elevador? Foi porque, quando a Aurora estava começando, fui eu quem trouxe investidores para a empresa. Recebi a posição de sócia, com direito a participação nos lucros. Ter um cartão de acesso exclusivo não é nada mais do que justo.

Da próxima vez que inventarem boatos, tragam fatos concretos. E saibam que acabei de gravar toda a conversa de vocês. Agora mesmo vou chamar a polícia. Quero ver como vão se explicar. — Concluiu Beatriz, com o rosto impassível.

Depois disso, virou-se e saiu, sem dar chance a resposta.

As colegas ficaram paralisadas.

Ao ouvir que Beatriz chamaria a polícia, o coração de todas disparou. Mas logo tentaram se convencer de que ela não teria coragem de ir tão longe, que só estava tentando assustá-las.

“Afinal, quando os membros do terceiro grupo haviam denunciado seu currículo como falso, ela não tinha feito nada além de se defender numa reunião de departamento. Não houve punições, nem maiores consequências.

No máximo, o chefe ficaria sabendo e daria uma bronca. Nada além disso.”

Pensando assim, voltaram a se sentir seguras.

Desprezavam Beatriz, mas também sabiam medir terreno: só se atreviam a falar porque acreditavam que ela não tinha um temperamento forte.

O que não imaginavam era que, ao pegarem o que julgavam ser um alvo fácil, seriam surpreendidas: vinte minutos depois, policiais realmente chegaram à Aurora.

Além disso, anunciou que a empresa passaria a ter um conselho de supervisão, para impedir a proliferação de fofocas e punir severamente qualquer tentativa de difamação.

Depois desse episódio, a imagem de Beatriz mudou. Já não era vista apenas como a ex-esposa de um milionário vivendo uma experiência de trabalho, mas ganhou um novo peso de respeito e até de temor.

Afinal, ela era uma das sócias da Aurora. Quem teria coragem de provocá-la de novo?

— Confesso que não imaginei que você chamaria mesmo a polícia. — Comentou Murilo.

— Eu não queria mais suportar isso. — Respondeu Beatriz. — Todos me tratavam como alguém fácil de manipular. Mas eu ainda pretendo continuar trabalhando na Aurora. Não quero mais viver preocupada com esse tipo de coisa.