Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 799

— Chefe, pegamos o Vinícius. Você nem imagina como ele conseguiu escapar de toda aquela busca em massa. Descobrimos que ele tinha um porão escondido na serra, abastecido com todo tipo de suprimento. Ficou lá dentro esse tempo todo sem sair. Só conseguimos encontrá-lo usando detector e rastreamento infravermelho. Esse sujeito sabe mesmo se esconder.

Ao ouvir isso, Renato não demonstrou grande reação. O que mais o consumia agora era a necessidade de descobrir tudo sobre Beatriz.

Mas, afinal de contas, Vinícius havia participado do sequestro dela...

— Apliquem tortura até ele falar. Quero que descubram se Vi lhe revelou alguma outra informação. — Ordenou Renato.

— Outra informação... Em que sentido? — Perguntou o secretário.

— Quero saber por que ele insiste tanto em matar Beatriz. — Respondeu Renato.

A secretária assentiu, compreendendo.

— Entendi. E depois que eu arrancar a verdade, devo eliminá-lo em segredo? Do contrário, se a polícia levantar suspeitas sobre nós, seria perigoso. O senhor mesmo não havia dito, desde o início, que o plano era deixar as pistas se encerrarem em Vinícius? Assim protegeríamos a Srta. Vitória, evitando que Beatriz descobrisse a verdade.

Renato cerrou os lábios.

Era verdade: essa fora sua intenção inicial. Mas agora...

— Não. Por enquanto mantenham ele vivo. — Disse firme.

Fez uma pausa e acrescentou:

— E trate de concluir o que mandei. Até, no máximo, às onze horas da noite quero em minhas mãos todo o histórico de vida dela. Quero saber o local de nascimento, onde estudou na infância, cada detalhe da vida dela até hoje.

A secretária ouviu, ainda sem entender por que o chefe de repente estava tão obcecado em investigar a ex-esposa do Sr. Gabriel. Mas não ousou questionar. Apenas respondeu afirmativamente e correu para cumprir as ordens.

Ao encerrar a ligação, Renato ergueu os olhos para a noite já avançada e soltou um longo suspiro.

Em breve teria todas as respostas.

Mais uma vez, o rosto daquela garota surgia em sua mente.

“Não importa quantas vezes eu a recorde, essa sensação jamais desaparece.”

Mas, por enquanto, só lhe restava esperar. Esperar até que a secretária concluísse a investigação sobre Beatriz.

— Não. Mas é difícil explicar, é aquela sensação estranha...

— Pode ser algum ramo da família do seu pai. Ela se parece um pouco com a tia de Renato...

— O que vocês estão comentando? — Perguntou Renato, aproximando-se.

— Nada importante. — Respondeu Lorena, erguendo o olhar.

— E a Vi? — Ele não a via por perto.

— Está dançando com um rapaz. Não a impedi. Já está crescida, precisa ter o próprio espaço social. — Explicou Lorena.

Renato apenas assentiu, lançando um olhar para o centro do salão. Mas havia tantos casais dançando que não conseguiu identificar a irmã de imediato.

Naquele instante, do lado de fora, em uma das varandas do salão, Vitória fechava a porta de vidro para abafar o som alto da música.

Com o celular na mão, discava para o diretor do orfanato, perguntando se ele havia destruído todos os arquivos.