Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 800

— Fique tranquila, já está feito. — Respondeu o homem do outro lado da linha.

Vitória então lhe passou outra tarefa e perguntou se ele aceitava. Dessa vez, ofereceu cinquenta milhões.

— Vai ser pelo mesmo esquema do fundo filantrópico. Eu faço a doação, e o dinheiro entra na sua conta de forma totalmente legal. — Explicou Vitória.

Ao ouvir aquela quantia astronômica, o homem aceitou de imediato. Mas, assim que escutou qual seria a missão, ficou em choque, paralisado.

Percebendo o silêncio, Vitória soltou um riso frio:

— O quê? Tem coragem de pegar o dinheiro, mas não de matar? Não estou pedindo que faça com as próprias mãos. Encontre alguém, pague para que façam por você. Depois, pega o que lhe dei e some para o exterior. Isso não é muito melhor do que levar uma vida miserável por aqui? O que um diretor de orfanato pode lhe trazer de riqueza?

As palavras dela ecoaram em sua mente.

Era verdade: o salário do orfanato mal dava para sobreviver. A renda extra vinha, na maior parte das vezes, de taxas tiradas das doações.

Mas hoje em dia já não era tão simples desviar nada, porque as doações raramente vinham em dinheiro vivo. Em geral eram entregues em forma de mantimentos, construções, reformas.

Agora, com aqueles cinquenta milhões... Somados ao que já havia ganho antes...

Ele teria uma aposentadoria dourada, um resto de vida confortável.

E mais: não precisava se contentar só com isso.

Afinal, se ajudasse a Srta. Vitória, teria em mãos um trunfo contra ela. Depois, poderia exigir ainda mais dinheiro, sempre que quisesse.

Por fim, vencido pela tentação, aceitou a proposta. Mas impôs uma condição: queria ver metade do valor cair na conta já no dia seguinte.

— Tudo bem. — Respondeu Vitória, mas a voz dela gelou o ar. — Só vou deixar claro uma coisa: se você fracassar, se for preso e ousar abrir a boca contra mim... Vou lhe mostrar o verdadeiro significado de um destino pior do que a morte.

O diretor do orfanato, é claro, entendia a lógica das coisas. Também sabia muito bem qual era o peso da família Cardoso. Garantiu de imediato:

— Pode ficar tranquila. Agora o seu sucesso é o meu sucesso. Vamos concluir isso sem falhas.

Vitória escutou, mas ainda assim não se sentia totalmente segura. Afinal, Beatriz tinha gente ao seu redor disposta a protegê-la.

Dessa vez, não poderia haver espaço para erros. Precisava sumir com Beatriz de uma vez por todas.

— Não se preocupe. Talvez a senhorita não saiba, mas existe um mercado negro. Consegui arrumar uma arma. Basta um disparo, e tudo estará resolvido. — Acrescentou o homem.

Renato não insistiu de imediato. Voltaram a caminhar juntos para dentro do salão.

Deram apenas alguns passos quando, de repente, ele quebrou o silêncio:

— Com quem você estava falando ao telefone?

— Com o diretor do orfanato. — Respondeu Vitória, mantendo a calma.

E rapidamente emendou uma explicação:

— Nas últimas vezes em que fui levar doações, fiquei próxima das crianças. Hoje à noite, uma delas não queria dormir e pediu para falar comigo. Por isso o diretor ligou.

— Qual é o nome dela? — Perguntou Renato.

— Lili. — Respondeu Vitória sem hesitar.

Renato não disse mais nada.

Mas, ao lado dele, os dedos de Vitória se cerraram com força.