Gabriel despertou de seus pensamentos, virou o tablet com a tela para baixo e pegou a pasta de documentos antes de sair para a reunião.
Enquanto caminhava pelos corredores da empresa, sua mente continuava projetando vídeos e fotos da Beatriz. Era automático, como se o cérebro se recusasse a deixar a imagem dela desaparecer.
Beatriz... Ela era realmente incrível.
“Como eu não percebi isso antes?”
Mas logo ele mesmo respondeu mentalmente, Beatriz sempre teve boas notas no ensino médio, era natural que brilhasse ainda mais na faculdade, cheia de talento, segura de si, impossível não notar.
Embora tivessem estudado na mesma universidade, os cursos eram diferentes. Além disso, naquela época, ele estava sempre com a Vitória.
Pensando bem... Gabriel sentiu que havia perdido Beatriz por quatro anos inteiros. Ela esteve tão perto e, mesmo assim, ele nunca a enxergou de verdade.
E então surgiu um pensamento absurdo... Quase infantil.
“E se... Naquela época, eu não estivesse com a Vitória? Será que teria me apaixonado pela Beatriz durante a faculdade?”
Seus dedos se fecharam involuntariamente em um leve punho. A reunião já havia começado, e ele se forçou a sair daquele devaneio antes que fosse longe demais.
Duas horas depois.
A reunião terminou. Era hora do almoço. Rafael já havia encomendado a comida.
Gabriel não comera nada na noite anterior. Nem no café da manhã. Agora, embora estivesse tonto de fome, ao olhar para a refeição diante dele... Sentiu o apetite desaparecer.
Sem saber por que, qualquer coisa o fazia lembrar de Beatriz. Até mesmo a sopa de costela na mão.
O sabor era pesado, temperado demais. Mas a que Beatriz preparava para ele... Era diferente. Um caldo leve, saboroso, cheio de delicadeza e cuidado.
Gabriel apertou a colher com força e cerrou os lábios. Sentiu um desprezo silencioso por si mesmo.
“O que é isso agora? Só consigo comer se for a Beatriz que faz? Se ela souber disso, vai se achar ainda mais. Ultimamente, ela já tá mais geniosa do que nunca.”
Era perigoso deixá-la continuar com aquele ar de superioridade.
Com um resmungo frio, Gabriel pegou a colher e terminou a sopa num impulso rápido, três goles e estava feito. Era quase como se estivesse extravasando a raiva no prato.
Apesar da noite em claro, parecia que sua energia não tinha se esgotado. Nem pensou em descansar após o almoço. Em vez disso, voltou direto ao tablet, continuando a mergulhar em todos os registros sobre Beatriz.
Assistiu a cada vídeo, a cada entrevista, a cada competição... Duas, três vezes, sem pausa.
Rafael, ao ouvir aquilo, não conseguiu se conter. Foi mais forte do que ele:
— E o senhor levar outra mulher para casa... Isso é colocar a Sra. Beatriz em primeiro lugar?
Gabriel congelou. Seu olhar cortante se fixou no assistente.
Rafael recuou dois passos, sentindo o gelo no ar... Mas respirou fundo e continuou:
— Com todo respeito, Sr. Gabriel... Mas o senhor errou sim. Isso... Isso é traição.
“Já que não consigo encontrar a Sra. Beatriz e vou ser rebaixado mesmo, pelo menos vou sair com a consciência limpa”, pensou.
— Eu não traí! — Gabriel explodiu, como um gato com o rabo pisado, o tom carregado de fúria. — Eu e a Vitória nunca chegamos a ter nenhuma relação física!
O grito ecoou pela sala. Rafael quase estremeceu com o impacto no ouvido e, surpreso, olhou fixamente para o chefe.
Nada aconteceu?
E aquelas marcas no pescoço, há duas semanas? Aquilo era o quê, então?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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