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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 841

Os pais de Luciano permaneceram em silêncio, cientes de que aquela situação não seria fácil de resolver. O mais importante, naquele momento, era esperar a filha despertar.

Renato pediu que trouxessem cadeiras para que os pais se sentassem. Luciano e Lorena, ansiosos, mantinham os olhos fixos na porta da sala de emergência. O tempo parecia se arrastar, cada minuto se transformando em eternidade.

— Rê, você disse que só desconfiou quando viu sua irmã na festa de aniversário da família Martins, anteontem... Ela parecia mesmo com a gente? — Perguntou Luciano, subitamente lembrando-se.

— Não era totalmente parecida, mas os traços lembravam um pouco quando éramos pequenos. Além disso, ela tem algo do rosto da minha tia. — Respondeu Renato. — Mas o arquivo do jardim de infância dela foi destruído. Não encontrei nenhuma foto da infância, apenas documentos escolares e fotos de identidade a partir do ensino fundamental.

Ao ouvir isso, os dois logo pediram para ver. Renato pegou o celular e mostrou.

Quando os pais viram a foto de Beatriz na tela, os olhos se arregalaram em choque.

— Essa não é a mesma menina que vimos naquela noite?! — Exclamaram em uníssono.

Renato ficou surpreso.

— Pai, mãe... Vocês também viram a minha irmã anteontem? Onde? — Perguntou.

— Foi quando sua mãe, eu e a Vitória estávamos entrando. Ela vinha em nossa direção, mas acabamos passando direto. — Contou Luciano.

— Eu até perguntei para a Vitória, mas ela disse que não a conhecia! — Lembrou Lorena, irritada.

— Como ela poderia não reconhecer a Beatriz? Isso foi de propósito. Ela não queria que vocês percebessem. — Renato cerrou os punhos, a expressão carregada.

Aquela mulher era realmente ardilosa, calculista. Se não fosse por ela, talvez já tivessem se reencontrado com Beatriz muito antes.

— Você se lembra de quando pedi para procurar os parentes da família Cardoso aqui no Brasil? — Disse Luciano, encarando o filho.

Mas, na hora, ela mentiu com tanta naturalidade, dizendo que eram as crianças do orfanato com saudade dela. Ainda manipulou os pequenos para confirmarem sua versão.

Renato sentia uma raiva corrosiva por não ter agido mais rápido naquela manhã. Se tivesse se movido antes, talvez sua irmã não tivesse passado, mais uma vez, pelo risco de perder a vida.

Vitória sempre fora um emaranhado de contradições, alguém em quem ele já havia identificado inúmeras falhas. Investigara bastante e sabia que era uma mulher cruel, carregada de maldades.

Mesmo assim, permitiu-se confiar cegamente na identidade dela, sem jamais pensar em fazer uma nova verificação.

Cobriu o rosto com a mão, enquanto o peso da culpa e da frustração o esmagava. Nunca em seus trinta e três anos havia se sentido tão idiota. Tão idiota que, se pudesse, daria um soco em si mesmo.

Do lado de fora do hospital, em meio ao silêncio da madrugada:

— Sr. Gabriel... Vamos voltar para casa. — Disse o segurança, inclinando-se para empurrar a cadeira de rodas.

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