Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 842

Gabriel permanecia parado, o olhar fixo na entrada do hospital. Havia sido expulso, mas não teve coragem de ir embora.

Ele não queria sair dali. Queria esperar, queria ouvir a notícia de que Beatriz havia saído com vida da sala de emergência.

— Manda alguém ficar de olho lá dentro. Assim que houver notícia, me avise. — Ordenou Gabriel.

O segurança obedeceu, enquanto ele permanecia quieto, mergulhado em silêncio. Sua figura solitária se confundia com a escuridão da noite, revelando toda a sua impotência e abandono.

O que deveria fazer? Como poderia reconquistar Beatriz?

Mesmo que passasse cinco, dez anos tentando de novo, insistindo em conquistá-la, era certo que a família Cardoso se colocaria no caminho. E quem garante que, até lá, Beatriz já não teria se casado com outro homem?

Um vazio amargo tomou conta de Gabriel. Ao mesmo tempo em que se sentia perdido, sabia que aquele destino era obra dele mesmo. A situação em que se encontrava era consequência das próprias escolhas.

Sem saída, tirou o celular do bolso e mandou uma mensagem para o avô. Não esperava, porém, que o velho ligasse de volta imediatamente.

Atendeu e falou baixo:

— Vovô, ainda não dormiu?

Mas o senhor Henrique ignorou a pergunta, respondendo com outra:

— Onde você está?

— Do lado de fora do hospital... O mesmo onde estão tentando salvar a Beatriz. — Disse Gabriel.

Do outro lado da linha, a voz do velho soou carregada de reprovação:

— Por que na fora?

“Do lado de fora? Não deveria estar lá dentro?”

— Fui expulso pelos Cardoso.

Do outro lado, veio apenas um longo silêncio.

Sr. Henrique ficou sem palavras, sentindo um peso de impotência e frustração. Agora fazia sentido o porquê de Gabriel, no meio da madrugada, ter mandado aquela mensagem desesperada pedindo que ele o ajudasse.

— Se vire sozinho! Mesmo que a família Cardoso decida acabar com você, não terei nada a dizer.

E a ligação foi encerrada.

Gabriel permaneceu olhando para o celular, os ombros caindo em derrota até desabar por completo na cadeira de rodas. Nem mesmo o avô estava disposto a ajudá-lo.

Será que realmente não havia mais nenhuma chance de recomeçar com Beatriz?

Na mansão da família Pereira, dentro do quarto, o clima também era tenso.

— Sr. Henrique, a essa hora o senhor já deveria estar dormindo. Hoje está fazendo vigília... Se continuar se irritando assim, vai acabar prejudicando ainda mais o fígado. — Advertiu o mordomo, preocupado.

O velho respirou fundo, mas a indignação transbordava.

— Eu estou tomado pela decepção! — Explodiu Henrique. — Esse Gabriel... Veja só o que ele fez! Além de maltratar a Beatriz até esse ponto, ainda tem a ousadia de me pedir que interceda por ele? Como se eu tivesse coragem de encarar a família Cardoso depois de tudo!

O mordomo ficou em silêncio por alguns instantes, refletindo, antes de dizer com cautela...