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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 899

Mas o diretor do orfanato já estava no bolso da Vitória. Todos agiam em conluio.

O dossiê de Beatriz havia sido destruído, e Renato não encontrou alternativa senão mandar a secretária conseguir um fio de cabelo dela.

Temendo que algo pior acontecesse, ainda colocou seguranças para vigiá-la. Mas foi tarde demais: na noite seguinte, Beatriz sofreu o ataque.

— Ele disse que, naquela noite, por volta das sete, a secretária não te procurou para armar uma emboscada, mas para conseguir o seu cabelo. — Explicou Letícia, encerrando o relato.

Beatriz permaneceu com a cabeça baixa, os olhos fixos no lençol fino. Parecia longe dali.

Lembrava-se claramente: naquela noite, a secretária de Renato aparecera dizendo que precisava de um documento complementar para o acordo. No fim, comentara que havia uma folha presa em seus cabelos e, ao retirá-la, puxara alguns fios junto.

Agora tudo fazia sentido.

— O que ele quer dizer é que não está tentando se justificar, apenas provar que nunca desejou de verdade te machucar. E que se arrepende por ter reconhecido a pessoa errada, o que acabou te arruinando. Ele pede desculpas. — Concluiu Letícia.

O quarto mergulhou em silêncio. Beatriz não respondeu. Continuou imersa em pensamentos.

Letícia digitou de volta para Renato, confirmando que havia transmitido a mensagem. Pouco depois, recebeu a resposta:

[Obrigado pela ajuda, Srta. Letícia.]

Ela bloqueou a tela, ergueu os olhos para a amiga atônita e soltou um suspiro contido.

Mesmo que aceitasse aquelas palavras, Beatriz precisaria de tempo. Só o tempo poderia ajudá-la a digerir cada detalhe daquela verdade.

À tarde, Priscila apareceu para visitar, depois de saber que o estado de Beatriz já era estável.

Trouxe uma porção de presentes. Por fora, parecia apenas uma visita de cortesia; por dentro, carregava o peso da culpa e do remorso.

Beatriz levantou o olhar, acenou em cumprimento.

— Não precisa ser tão formal comigo. A Letícia comentou que sua garganta ainda não está boa… Melhor não forçar. — Disse Priscila, apressada.

Perguntou pelo estado da moça. Beatriz respondeu com calma:

— Já estou bem melhor, obrigada pela preocupação.

Priscila a estudou em silêncio, tentando captar algo. Mas o rosto da garota permanecia distante, sem emoção aparente e isso a deixava ainda mais insegura.

O quarto ficou em silêncio. Restaram apenas Priscila e Beatriz.

A jovem encarou a dama distinta à sua frente e logo percebeu: Letícia tinha sido afastada de propósito.

O motivo? Beatriz já desconfiava.

— Sra. Priscila, se veio falar daquele assunto da última vez, quero que saiba que sempre segui suas orientações à risca. Nunca contei nada a ninguém. — Disse Beatriz, tomando a dianteira. — A Letícia não sabe de nada. Quanto ao Sr. Eduardo ter descoberto, não foi por minha causa.

Priscila a olhou nos olhos e respondeu sem demora:

— Não vim te culpar. O Eduardo descobriu por conta própria. Na verdade, vim te pedir desculpas. Daquela vez me precipitei ao te dizer aquelas coisas… Depois, pensando melhor, percebi que não agi certo com você.

O olhar de Priscila parecia carregado de sinceridade.

Mas Beatriz não era ingênua. Sabia reconhecer quando havia verdade e quando havia conveniência.

Na ocasião, Priscila claramente queria afastá-la de Eduardo. Agora, voltava atrás, pedindo desculpas…

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