Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 909

Na mente de Renato voltou a cena que havia investigado sobre o episódio do colégio.

Naquele tempo, foi Vitória quem chamou Beatriz para uma sala e, de propósito, trancou-se por dentro, deixando Beatriz quase ser…

Não restava dúvida: Vitória fizera aquilo de caso pensado. Queria prejudicar Beatriz a qualquer custo.

Uma mulher assim já nascera com o coração podre e, ao crescer, só se tornara mais cruel e perversa.

Era o retrato perfeito de uma ingrata, de uma alma de lobo em pele de cordeiro. E pensar que Beatriz sempre a tratou como amiga desde criança.

A raiva de Renato atingiu o limite. Cerrou os dentes e deixou escapar as palavras entre eles:

— Quando a encontrarmos, vou fazê-la em pedaços. Quero vê-la pagar com mil cortes, sofrer até o fim. — Disse.

Letícia concordou de imediato. Não podiam permitir que Vitória simplesmente fosse parar atrás das grades. Isso seria até um castigo pequeno demais para ela.

— De repente me dei conta de algo… — Disse Letícia, refletindo em voz alta. — É uma conclusão depois de juntar todos esses acontecimentos. Vitória sempre viveu sugando a Bia desde pequenas. Tudo o que conquistou, tomou dela. É como se tivesse roubado toda a sorte, toda a energia que pertenciam à Beatriz.

Amigos, identidade, até mesmo a chance de ser adotada. Vitória se apropriou de tudo, sem exceção, usando intrigas e manipulação. E, no final, ainda tinha a cara de pau de posar de boazinha.

— Ai, Bia é mesmo muito azarada… — Suspirou Letícia. — Justamente por ser bondosa demais, com aquele jeitinho doce e inofensivo, acabou atraindo a desgraça da Vitória, como um espírito ruim que não a largava.

Talvez só na época da faculdade Beatriz tenha conseguido algum alívio, pois pôde manter certa distância de Vitória.

Mas nem isso bastou. Vitória ainda fazia questão de procurá-la, como se fosse para marcar território, deixando claro que ninguém poderia se aproximar demais de Beatriz.

Letícia suspirou de novo. Se naquela época tivesse sido mais rígida em seus princípios, se recusado a se meter naquela amizade doentia, Beatriz teria acabado isolada mais uma vez. E ela própria teria perdido uma amiga de verdade.

— Minha irmã sempre foi de coração manso. — Disse Renato, olhando para a cama. — Amava os animais, tinha um coração cheio de ternura.

Mas, depois de ser raptada, acabou largada em um orfanato.

Achava que tinha sido abandonada e, somado a isso, ainda tinha de suportar aquela víbora da Vitória, que a humilhava desde pequena, manipulava e a esmagava psicologicamente.

Por isso, o caráter da irmã se moldou em timidez, insegurança e medo. Tornou-se ainda mais fácil para Vitória controlá-la.