Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 924

— Foi a tal da Vitória quem enganou minha filha. — Penildon explicou aflito. — Ao mesmo tempo em que me ocultava tudo, permanecia escondida no Paraíso Virtual, à espera da chance de atacar o Sr. Renato. Eu não fazia ideia de nada disso. Peço, por favor, que leve em conta que também fomos enganados e tenha um pouco de clemência.

O Sr. Luciano e a Sra. Lorena observaram o dono do hotel em silêncio. De fato, Vitória era uma impostora, algo que ainda não haviam revelado publicamente, já que a verdadeira filha deles, Beatriz, seguia em recuperação no hospital.

Jamais imaginaram que aquela usurpadora permanecera todo esse tempo na Cidade A. Pior: que tivesse ousado usar a antiga identidade para tramar às escondidas, levando-os agora a cair em sua armadilha.

— Ainda que vocês não soubessem que Vitória era uma criminosa, a verdade é que houve uma falha gravíssima aqui. O cartão de acesso do hóspede foi entregue de forma indevida. Um erro desses viola seriamente as regras da nossa indústria. — A voz de Luciano soou fria e cortante.

— Sim, sim! — Penildon se curvou em desespero. — Foi tudo por causa da estupidez da minha filha, que confiou naquela mulher. Eu assumo a culpa por completo e vou compensar até o fim. Não vou medir esforços!

Não importava quanto a família Cardoso exigisse. Se pudesse proteger seu patrimônio e ainda alcançar um acordo, Penildon acreditava que haveria chance de sobreviver àquela tempestade.

No momento em que as famílias tentavam chegar a um acordo, Letícia, que observava a mulher caída no chão em prantos, voltou-se para ela com uma pergunta direta:

— Como você entrou em contato com a Vitória? Foi ela quem procurou você?

Entre soluços e lágrimas, Inara respondeu com dificuldade.

Foi assim que Letícia descobriu que elas haviam se conhecido numa joalheria de luxo. Vitória se aproximara de propósito, fingindo amizade.

A partir daí, aproveitou-se da identidade que ostentava e conseguiu, sem levantar suspeitas, instalar-se no Paraíso Virtual, enganando a todos.

— Ela me disse que tinha brigado com os pais e o irmão... Que tinha fugido de casa e não queria ser encontrada... — Chorava Inara. — Ela implorou pela minha ajuda. E como eu já a tinha visto antes, em um jantar, acreditei piamente que fosse quem dizia ser... Nunca imaginei que estava sendo manipulada, nunca pensei que fosse uma impostora...

— Você levou a Vitória para o Paraíso Virtual apenas porque acreditava que ela era a filha da família Cardoso? — A voz de Eduardo cortou o silêncio.

Ele observava tudo desde o início, mas agora avançava com firmeza.

— Você a conhecia de verdade? Já tinham se encontrado antes? — Prosseguiu, incisivo. — Se não, por que estaria tão disposta a obedecer a cada palavra dela? Estava tentando bajular alguém que julgava poderosa... Ou foi comprada com alguma promessa? Seja qual for a resposta, sua motivação não era limpa.

Cada palavra caía como um martelo, soando mais como julgamento do que simples questionamento.

Inara se encolheu diante dele. Os dedos se entrelaçaram, tensos, enquanto seu olhar fugia, perdido.

— Eu... Eu não... — Gaguejou. — Foi a... A Vitória... Ela insistiu que eu a levasse ao hotel. Eu temia a influência da família Cardoso... Não tive coragem de recusar...