Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 930

— Não pense que vai ter uma morte fácil. Isso seria um favor para você. Vou arrancar um pedaço do seu corpo a cada dia, até que chegue o momento em que finalmente expire.

Vitória tremia no chão, sem saber se era de dor ou de medo.

Os gritos dilacerantes ecoaram pelo quarto por mais de meia hora.

Só quando o silêncio voltou e a porta se abriu, Renato saiu, exalando uma aura de violência.

O rosto dele estava gelado, impassível. Ordenou à secretária que preparasse roupas limpas, precisava se lavar.

Os sapatos e as calças manchados de sangue foram imediatamente queimados. No banheiro, Renato deixou a água correr sobre si.

De olhos fechados, sentia que, mesmo tendo saciado a raiva pela irmã, o fogo dentro dele não se apagava.

Havia caído numa armadilha tosca, infantil, e mesmo assim fora envenenado, quase…

Renato abriu os olhos de repente. O olhar duro e assassino refletiu no espelho invisível da mente. Um soco contra a parede explodiu em pura fúria.

Passado o ímpeto, voltou a lembrar em detalhes a noite anterior.

Antes do ataque, Letícia havia entrado em seu quarto, como se procurasse algo. Depois, saiu. E logo depois disso… Sua memória se partia em pedaços.

O que ela estava procurando naquela hora? Será que procurava a própria Vitória? E como teria sabido que a mulher estava escondida em seu quarto?

Renato desligou o chuveiro, enrolou a toalha na cintura e saiu. A secretária já o esperava com as roupas prontas.

— Onde está meu celular?

A secretária tirou o aparelho do bolso e entregou com respeito.

— Disque para a Srta. Letícia. — Ordenou Renato.

Ela começou a discar, mas antes de apertar o botão de chamada perguntou em tom cauteloso:

— Patrão, o senhor deseja falar com a Srta. Letícia a respeito do que aconteceu ontem à noite?

— O veneno que ela lhe deu era fortíssimo. Não tratava o senhor como ser humano. Naquele momento, nem quatro ou cinco seguranças juntos conseguiam contê-lo. — Continuou a secretária.

Renato franziu o cenho outra vez. Se a droga era tão potente a ponto de lhe causar um apagão total, então, nesse intervalo, o que mais poderia ter acontecido?

— Mais tarde, o senhor deve levar um presente para pedir desculpas à Srta. Letícia. Já providenciei o que será entregue. — Disse a secretária.

— Pedir desculpas? — Renato ergueu os olhos, confuso.

— Sim. É que… Sob efeito do veneno, o senhor acabou… Hum… Passando dos limites com a Srta. Letícia. — Explicou ela, em tom cauteloso.

— Eu… Eu fiz isso com a Letícia? — Pela primeira vez, a voz dele gaguejou, tropeçando. A mente ficou em branco.

Por mais que tentasse puxar pela memória, não havia nada, nenhum fragmento.

— Bem… O senhor a beijou algumas vezes e rasgou parte da roupa dela. Antes que fosse mais longe, o Sr. Eduardo chegou a tempo de intervir e impedi-lo. — Completou a secretária, quase num fôlego só.